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quarta-feira, 30 de novembro de 2011

Dia Mundial de Combate a Aids - Participe desta Luta !

O que são DST


                                
As doenças sexualmente transmissíveis (DST) são transmitidas, principalmente, por contato sexual sem o uso de camisinha  com uma pessoa que esteja infectada, e geralmente se manifestam por meio de feridas, corrimentos, bolhas ou verrugas. As mais conhecidas são gonorreia e sífilis.

Algumas DST podem não apresentar sintomas, tanto no homem quanto na mulher. E isso requer que, se fizerem sexo sem camisinha, procurem o serviço de saúde para consultas com um profissional de saúde periodicamente. Essas doenças quando não diagnosticadas e tratadas a tempo, podem evoluir para complicações graves, como infertilidades, câncer e até a morte.

Usar preservativos em todas as relações sexuais (oral, anal e vaginal)  é o método mais eficaz para a redução do risco de transmissão das DST, em especial do vírus da aids, o HIV. 

Outra forma de infecção pode ocorrer pela transfusão de sangue contaminado ou pelo compartilhamento de seringas e agulhas, principalmente no uso de drogas injetáveis. A aids e a sífilis também podem ser transmitidas da mãe infectada, sem tratamento, para o bebê durante a gravidez, o parto. E, no caso da aids, também na amamentação.

O tratamento das DST melhora a qualidade de vida do paciente e interrompe a cadeia de transmissão dessas doenças. O atendimento e ao tratamento são gratuitos nos serviços de saúde do SUS.

O que é HIV

HIV é a sigla em inglês do vírus da imunodeficiência humana. Causador da aids ,ataca o sistema imunológico, responsável por defender o organismo de doenças. As células mais atingidas são oslinfócitos T CD4+. E é alterando o DNA dessa célula que o HIV faz cópias de si mesmo. Depois de se multiplicar, rompe os linfócitos em busca de outros para continuar a infecção.


                                         

Ter o HIV não é a mesma coisa que ter a aids. Há muitos soropositivos que vivem anos sem apresentar sintomas e sem desenvolver a doença. Mas, podem transmitir o vírus a outros pelas relações sexuais desprotegidas, pelo compartilhamento seringas contaminadas ou de mãe para filho durante a gravidez e a amamentação. 

Por isso, é sempre importante fazer o teste e se proteger  em todas as situações.

Biologia do Vírus da Aids

                                   
                                             

O HIV é um retrovírus, classificado na subfamília dos Lentiviridae. Esses vírus compartilham algumas propriedades comuns: período de incubação prolongado antes do surgimento dos sintomas da doença, infecção das células do sangue e do sistema nervoso e supressão do sistema imune.

O que é sistema imunológico

O corpo reage diariamente aos ataques de bactérias, vírus e outros micróbios, por meio do sistema imunológico. Muito complexa, essa barreira é composta por milhões de células de diferentes tipos e com diferentes funções, responsáveis por garantir a defesa do organismo e por manter o corpo funcionando livre de doenças.
Entre as células de defesa estão os linfócitos T CD4+, principais alvos do HIV,vírus causador da aids.São esses glóbulos brancos que organizam e comandam a resposta diante dos agressores. Produzidos na glândula timo, aprendem a memorizar, reconhecer e destruir os micro-organismos estranhos que entram no corpo humano.

O HIV liga-se a um componente da membrana dessa célula, o CD4, penetrando no seu interior para se multiplicar. Com isso, o sistema de defesa vai pouco a pouco perdendo a capacidade de responde adequadamente, tornando o corpo mais vulnerável a doenças. 


                                      

Quando o organismo não tem mais forças para combater esses agentes externos, a pessoa começar a ficar doente mais facilmente e então se diz que tem aids .Esse momento geralmente marca o início do tratamento com os medicamentos antirretrovirais, que combatem a reprodução do vírus.

O que é janela imunológica

Janela imunológica é o intervalo de tempo entre a infecção pelo vírus da aids e a produção de anticorpos anti-HIV no sangue. Esses anticorpos são produzidos pelo sistema de defesa do organismo em resposta ao HIV e os exames irão detectar a presença dos anticorpos, o que confirmará a infecção pelo vírus.
O período de identificação do contágio pelo vírus depende do tipo de exame (quanto à sensibilidade e especificidade) e da reação do organismo do indivíduo. Na maioria dos casos, a sorologia positiva é constatada de 30 a 60 dias após a exposição ao HIV. 

Porém, existem casos em que esse tempo é maior: o teste realizado 120 dias após a relação de risco serve apenas para detectar os casos raros de soroconversão – quando há mudança no resultado.

Se um teste de HIV é feito durante o período da janela imunológica, há a possibilidade de apresentar um falso resultado negativo. Portanto, é recomendado esperar mais 30 dias e fazer o teste  novamente.
É importante que, no período de janela imunológica, a pessoa sempre faça sexo com camisinha e não compartilhe seringas, pois, se estiver realmente infectada, já poderá transmitir o HIV para outras pessoas.

Sintomas e fases da aids

Quando ocorre a infecção pelo vírus causador da aids, o sistema imunológico começa a ser atacado. E é na primeira fase, chamada de infecção aguda, que ocorre a incubação do HIV - tempo da exposição ao vírus até o surgimento dos primeiros sinais da doença. Esse período varia de 3 a 6 semanas. E o organismo leva de 30 a 60 dias após a infecção para produzir anticorpos anti-HIV. Os primeiros sintomas são muito parecidos com os de uma gripe, como febre e mal-estar. Por isso, a maioria dos casos passa despercebido.

A próxima fase é marcada pela forte interação entre as células de defesa e as constantes e rápidas mutações do vírus. Mas que não enfraquece o organismo o suficiente para permitir novas doenças, pois os vírus amadurecem e morrem de forma equilibrada. Esse período, que pode durar muitos anos, é chamado de assintomático.

Com o frequente ataque, as células de defesa começam a funcionar com menos eficiência até serem destruídas. O organismo fica cada vez mais fraco e vulnerável a infecções comuns. 

A fase sintomática inicial é caracterizada pela alta redução dos linfócitos TCD4+ - glóbulos brancos do sistema imunológico - que chegam a ficar abaixo de 200 unidades por mm³ de sangue. Em adultos saudáveis, esse valor varia entre 800 a 1.200 unidades. 

Os sintomas mais comuns são: febre, diarreia, suores noturnos e emagrecimento.A baixa imunidade permite o aparecimento de doenças oportunistas, que recebem esse nome por se aproveitarem da fraqueza do organismo. Com isso, atinge-se o estágio mais avançado da doença, a aids

Quem chega a essa fase, por não saber ou não seguir o tratamento indicado pelos médicos, pode sofrer de hepatites virais, tuberculose, pneumonia, toxoplasmose e alguns tipos de câncer. 

Por isso, sempre que você transar sem camisinha ou passar por alguma outra situação de risco, faça o teste !

Formas de infecção do HIV/aids e hepatites virais

HIV/aids

Como o HIV,  vírus causador da aids, está presente no sangue, sêmen, secreção vaginal e leite materno, a doença pode ser transmitida de várias formas:
  • Sexo sem camisinha  (vaginal, anal ou oral).
  • De mãe infectada para o filho durante a gestação, o parto ou a amamentação.
  • Uso da mesma seringa ou agulha contaminada por mais de uma pessoa.
  • Transfusão de sangue contaminado com o HIV.
  • Instrumentos que furam ou cortam, não esterilizados.
Evitar a doença não é difícil. Basta usar camisinha em todas as relações sexuais e não compartilhar seringa, agulha e outro objeto cortante com outras pessoas. O preservativo está disponível na rede pública de saúde.

Caso não saiba onde retirar a camisinha, ligue para o Disque Saúde (0800 61 1997).
                           
                                    
                                 
Hepatites virais

Quanto às formas de contágio, as hepatites virais podem ser classificadas em dois grupos: 
  • fecal-oral (vírus A e E): a contaminação depende de condições de saneamento básico e água, além de higiene pessoal e dos alimentos;
    • sanguínea (vírus B, C e D): assim como o HIV, a transmissão pode ocorrer pelo sexo desprotegido; ao compartilhar seringas, agulhas, lâminas de barbear, alicates de unha ou outros objetos que furam ou cortam; ou de mãe para filho durante a gravidez, o parto e a amamentação

    Por que fazer o teste de aids
                                             

    Saber do contágio pelo HIV  precocemente aumenta a expectativa de vida do soropositivo. Quem busca tratamento especializado no tempo certo e segue as recomendações do médico ganha em qualidade de vida.
    Além disso, as mães soropositivas têm 99% de chance de terem filhos sem o HIV se seguirem o tratamento recomendado durante o pré-natal, parto e pós-parto. 

    Por isso, se você passou por uma situação de risco, como ter feito sexo desprotegido ou compartilhado seringas, faça o exame!

    O diagnóstico da infecção pelo HIV é feito a partir da coleta de sangue. No Brasil, temos os exames laboratoriais e os testes rápidos, que detectam os anticorpos contra o HIV em até 30 minutos, colhendo uma gota de sangue da ponta do dedo. 

    Esses testes são realizados gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS), nas unidades da rede pública e nos Centros de Testagem e Aconselhamento – CTA. Os exames podem ser feitos inclusive de forma anônima. 

    Nesses centros, além da coleta e da execução dos testes, há um processo de aconselhamento , antes e depois do teste, para facilitar a correta interpretação do resultado pelo paciente. 

    Também é possível saber onde fazer o teste pelo Disque Saúde (0800 61 1997).

    A infecção pelo HIV pode ser detectada com, pelo menos, 30 dias a contar da situação de risco. Isso porque o exame (o laboratorial ou o teste rápido) busca por anticorpos contra o HIV no sangue. Esse período é chamado de janela imunológica. 

    Onde fazer

    Você pode fazer o teste de aids em um C entro de Testagem e Aconselhamento (CTA) ou nas diversas unidades das redes públicas de saúde.

    Ele pode ser feito de forma anônima e é gratuito. Ligue para o Disque Saúde (0800 61 1997) ou consulte a lista de unidades das redes públicas de saúde e veja o melhor local para você fazer o teste.

    Tipos de exames

    Os testes para diagnóstico da infecção por HIV  são produzidos pela Fundação Oswaldo Cruz, do Ministério da Saúde, e realizados gratuitamente nos Centros de Testagem e Aconselhamento (CTA) (CTA) e em outras unidades das redes pública de saúde, incluindo um grande número de maternidades. 

    Ligue para o Disque Saúde (0800 61 1997) e veja o melhor local para fazer o teste. 

    De laboratório
     Teste Elisa
     
    É o mais realizado para diagnosticar a doença. Nele, profissionais de laboratório buscam por anticorpos contra o HIV no sangue do paciente. Se uma amostra não apresentar nenhum anticorpo, o resultado negativo é fornecido para o paciente. 

    Caso seja detectado algum anticorpo anti-HIV no sangue, é necessária a realização de outro teste adicional, o teste confirmatório. São usados como testes confirmatórios, o Western Blot , o Teste de Imunofluorescência indireta para o HIV-1 e o imunoblot. 

    Isso porque, algumas vezes, os exames podem dar resultados falso-positivos em consequência de algumas doenças, como artrite reumatoide, doença autoimune e alguns tipos de câncer.

    Nesse caso, faz-se uma confirmação com a mesma amostra e o resultado definitivo é fornecido ao paciente. Se o resultado for positivo, o paciente será informado e chamado para mais um teste com uma amostra diferente. Esse é apenas um procedimento padrão para que o mesmo não tenha nenhuma dúvida da sua sorologia.

    Independentemente do resultado do exame, positivo ou negativo, o paciente é encaminhado ao aconselhamento pós-teste – conversa com o profissional do CTA ou do posto de saúde que orienta sobre prevenção, tratamento e outros cuidados com a saúde.

    O Elisa é feito com uma placa de plástico que contém proteínas do HIV absorvidas ou fixadas nas cavidades em que cada amostra de soro ou plasma (que são frações do sangue) será adicionada. Após uma sequência de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura óptica, em um equipamento denominado leitora de Elisa.

    Teste western blot

    De custo elevado, o western blot é confirmatório, ou seja, indicado em casos de resultado positivo no teste Elisa. Nele, os profissionais do laboratório procuram fragmentos do HIV, vírus causador da aids.
    Para a realização do Western Blot, utiliza-se uma tira de nitrocelulose em que serão fixadas proteínas do HIV. O soro ou plasma do paciente é adicionado, ficando em contato com a tira de nitrocelulose. Depois da adição de vários tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio de leitura visual, pelo profissional do laboratório.
     
    Teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1

    Também confirmatório, o teste de imunofluorescência indireta para o HIV-1 permite detectar os anticorpos anti-HIV. Nele, o soro ou plasma do paciente é adicionado a uma lâmina de vidro que contém células infectadas com o HIV, fixadas nas cavidades. 


    Após uma sequencia de etapas, em que são adicionados diferentes tipos de reagentes, o resultado é fornecido por meio da leitura em um microscópio de imunofluorescência.

    Teste rápido

    Possui esse nome, pois permitem a detecção de anticorpos anti-HIV na amostra de sangue do paciente em até 30 minutos. Por isso, pode ser realizado no momento da consulta. 

    Os testes rápidos permitem que o paciente, no mesmo momento  que faz  o teste, tenha conhecimento do resultado e receba o aconselhamento pré e pós-teste. 

    O teste rápido é preferencialmente adotado em populações que moram em locais de difícil acesso, em gestantes que não fizeram o acompanhamento no pré-natal e em situações de acidentes no trabalho.

    Aconselhamento

    O aconselhamento, feito na rede pública de saúde, deve fornecer informações sobre as formas de transmissão da aids, significados dos resultados dos exames, período de janela imunológica (tempo entre a infecção pelo HIV e o surgimento dos primeiros sintomas).

    Em caso de resultado positivo, o profissional fala sobre a doença e seu tratamento, a prevenção secundária, o significado e utilidade de vários exames laboratoriais (como a contagem de linfócitos TCD4+ e a carga viral) e os possíveis efeitos adversos do uso dos medicamentos antirretrovirais em curto e longo prazos. 

    Com acesso às informações sobre a doença e às formas de promover sua própria independência e autonomia, o paciente se fortalece para enfrentar as adversidades trazidas pela soropositividade e seu tratamento. 

    Nesse momento, ocorre também o encaminhamento do paciente para o serviço especializado. Disque Saúde: 136 

    Fatores que causam resultados falso-positivos

    Alguns dos exames  existentes no Brasil para diagnosticar a infecção pelo HIV buscam anticorpos anti-HIV nas amostras de sangue. Apesar de sua eficácia, podem apresentar resultados falso-positivos em alguns casos. Por isso, é importante o paciente se submeter a um  novo teste .
    Especialistas de laboratórios identificaram alguns fatores que interferem no resultado dos exames. São eles:
    • Vacina contra influenza A H1N1;
    • Artrite reumatoide;
    • Doenças autoimunes (lupus eritematoso sistêmico, doenças do tecido conectivo e esclerodermia);
    • Colangite esclerosante primaria;
    • Terapia com interferon em pacientes hemodialisados;
    • Síndrome de Stevens-Johnson;
    • Anticorpo antimicrossomal;
    • Anticorpos HLA (classe I e II);
    • Infecção viral aguda;
    • Aquisição passiva de anticorpos anti-HIV (de mãe para filho);
    • Tumores malignos;
    • Outras retroviroses;
    • Múltiplas transfusões de sangue;
    • Anticorpo antimúsculo liso.
    Uso de antirretrovirais em gestantes

    A taxa de transmissão do HIV de mãe para filho durante a gravidez, sem qualquer tratamento, pode ser de 20%. Mas em situações em que a grávida segue todas as recomendações médicas, a possibilidade de infecção do bebê reduz para níveis menores que 1%. 

    As recomendações médicas são: o uso de remédios antirretrovirais combinados na grávida e no recém-nascido, o parto cesáreo e a não amamentação.

    O uso de medicamentos durante a gravidez é indicado para quem já está fazendo o tratamento e para a grávida que tem HIV, não apresenta sintomas e não está tomando remédios para aids. Nesse caso, o uso dos remédios antiaids pode ser suspenso ao final da gestação.

    Essa avaliação dependerá os exames de laboratório (CD4 a Carga Viral) e de seu estado clínico e deverá ser realizada, de preferência, nas primeiras duas semanas pós-parto, em um serviço especializado (SAE).

     Diagnóstico durante o pré-natal

    A testagem para HIV é recomendada no 1º trimestre. Mas, quando a gestante não teve acesso ao pré-natal adequado, o diagnóstico pode ocorrer no 3º trimestre ou até na hora do parto. As gestantes que souberem da infecção durante o pré-natal têm indicação de tratamento com os medicamentos para prevenir a transmissão para o feto. Recebem, também, o acompanhamento necessário durante a gestação, parto e amamentação. 


    A mãe que tem o vírus não deve amamentar o bebê, porque há risco de transmissão do vírus da mãe para o filho.

    Gravidez depois do diagnóstico

    Além de ser um direito garantido por lei, as mulheres soropositivas podem ter uma gravidez tranquila, segura e com muito baixo risco de que seu bebê nasça infectado pelo HIV, caso faça o correto acompanhamento médico e siga todas as recomendações e medidas preventivas explicadas acima.

    Parto em soropositivas

    O tipo de parto mais indicado para evitar a infecção do bebê pelo HIV vai depender, principalmente, do estado de saúde da mãe. Para gestantes soropositivas com carga viral maior ou igual a 1000 cópias/ml ou desconhecida após 34 semanas de gestação, o mais indicado é a cesariana eletiva, aquela realizada antes do início do trabalho de parto, sem rompimento da bolsa. Geralmente, a cesariana deve ser marcada para a 38ª semana de gravidez. 

    Em casos de gestantes que chegam à maternidade em trabalho de parto e que não fizeram tratamento durante a gravidez, a escolha do tipo de parto deve levar em consideração a fase e o tempo previsto para os procedimentos de cada um, assim como a probabilidade de complicações. 

    Mas as alternativas variam quando o trabalho de parto está acelerado ou não. O médico deve avaliar a melhor opção em cada caso.

    Cuidados durante o parto

    Toda gestante soropositiva deve receber o AZT na veia do início do trabalho de parto até o nascimento do bebê. Para as gestantes com indicação de cesariana, o consumo de AZT deve ser de 3 horas antes da cirurgia até o nascimento.

    Durante a gestação, trabalho de parto e parto, devem ser evitados o recolhimento do sangue do cordão umbilical e de líquido amniótico, além do uso de fórceps, por exemplo. No parto normal, deve-se evitar corte cirúrgico feito entre a vagina e o ânus (períneo) e o trabalho de parto deve ser monitorado usando gráfico de acompanhamento da evolução (partograma), evitando toques vaginais repetidos.

    Recomendações pós-parto

    Após o nascimento, a mãe não deve amamentar seu filho, pois o HIV está presente no leite materno. Se a mulher e o recém-nascido estiverem em boas condições de saúde, podem ser encaminhados para alojamento conjunto. O recém-nascido precisa tomar o AZT xarope das primeiras duas horas de vida às próximas seis semanas. 


    Além disso, a criança precisa fazer acompanhamento em serviço de referência para crianças expostas ao HIV.

    Cuidados com o recém-nascido

    Além dos cuidados tradicionais, recomenda-se:
    • Dar a primeira dose do AZT oral ainda na sala de parto, logo após os cuidados imediatos ou nas primeiras duas horas após o nascimento.
    • Fazer exame de sangue completo para acompanhar uma possível anemia (falta de ferro) pelo uso do AZT, repetindo após 6 e 16 semanas.
    • Não amamentar e substituir o leite materno por fórmula infantil. O aleitamento misto (leite materno intercalado com fórmula infantil) também é contraindicado. A criança exposta, infectada ou não, terá direito a receber fórmula láctea infantil gratuitamente, pelo menos até completar 6 meses de idade. Em alguns estados, a fórmula infantil é fornecida ate os 12 meses de idade ou mais.
    • A criança deve ter alta da maternidade com consulta marcada em serviço especializado para seguimento de crianças expostas ao HIV. A data da primeira consulta não deve ser superior a 30 dias, a partir da data do nascimento.
    Diagnóstico de crianças e adolescentes

    O diagnóstico da infecção pelo HIV transforma a vida de qualquer um. Quando se trata de uma criança, o cuidado deve ser maior. Dependendo da idade, a revelação é fundamental para o sucesso do tratamento desses jovens. Família e equipe médica precisam respeitar o momento de cada um, levando em conta o nível de informação, o contexto psicossocial e familiar.

    Identificar o melhor momento e a forma de contar a soropositividade é um desafio. Não basta contar o diagnóstico. É preciso explicar todas as mudanças que a doença traz. Atualmente, é consenso entre os profissionais de saúde que a criança deve saber da infecção o quanto antes. O objetivo é chegar à adolescência consciente da doença, das suas responsabilidades e dos seus direitos.

    A família ou os responsáveis pelas crianças e adolescentes soropositivos tendem a adiar a revelação, mesmo havendo indícios de que esses jovens já sabem ou desconfiam de sua condição. 

    São várias as razões que levam os cuidadores a não contarem:
    • Imaturidade da criança para compreender a doença;
    • Possibilidade de reação emocional negativa;
    • Medo do estigma;
    • Receio de que a criança/adolescente fale sobre sua condição para outras pessoas, quebrando o sigilo e expondo a história familiar para terceiros (como a soropositividade da mãe e/ou dos pais);
    • Sentimentos de culpa pela transmissão do HIV;
    • Despreparo do adulto para falar sobre a doença.

    Atendimento prejudicado

    Quando a criança ou o adolescente não sabem da doença, o atendimento médico pode ficar prejudicado, pois a equipe médica não conversa abertamente sobre a aids e suas implicações na vida. Além disso, compromete a adesão e o autocuidado, já que o paciente não se cuida corretamente.

    Os adolescentes precisam conhecer sua sorologia e ser informados sobre os diferentes aspectos e consequências da infecção para se tratar de uma forma adequada. É importante nesse processo o apoio da família, amigos e dos médicos, porque ajuda o jovem a compreender sua condição e se fortalecer apesar da nova realidade.

    Diagnóstico de idosos

    A fragilidade do sistema imunológico em pessoas com mais de 60 anos dificulta o diagnóstico de infecção por HIV, vírus causador da aids. Isso ocorre por que, com o envelhecimento, algumas doenças tornam-se comuns. E os sintomas da aids podem ser confundidos com os dessas outras infecções.

    Tanto a pessoa idosa quanto os profissionais da saúde tendem a não pensar na aids e, muitas vezes, negligenciam a doença nessa faixa etária. E o diagnóstico tardio de aids permite o aparecimento de infecções cada vez mais graves e compromete a saúde mental (podendo causar até demência).

    Quanto antes começar o tratamento correto  da aids, mais o soropositivo ganha em qualidade de vida. Por isso, recomenda-se fazer o teste .É rápido, seguro e pode ser feito em qualquer unidade pública de saúde.

    O que é adesão
                          
                                       
    Aderir ao tratamento para a aids, significa tomar os remédios prescritos pelo médico nos horários corretos, manter uma boa alimentação, praticar exercícios físicos ,comparecer ao serviço de saúde nos dias previstos, entre outros cuidados. 

    Quando o paciente não segue todas as recomendações médicas, o HIV, vírus causador da doença, pode ficar resistente aos medicamentos antirretrovirais. E isso diminui as alternativas de tratamento.
    Seguir as recomendações médicas parece simples, mas é uma das grandes dificuldades encontradas pelos pacientes, pois interfere diretamente na sua rotina. O paciente deve estar bem informado sobre o progresso do tratamento, o resultado dos testes, os possíveis efeitos colaterais e o que fazer para amenizá-los. 

    Por isso, é preciso alertar ao médico sobre as dificuldades que possam surgir, além de tirar todas as dúvidas e conversar abertamente com a equipe de saúde.

    Para facilitar a adesão aos medicamentos, recomenda-se adequar os horários dos remédios à rotina diária. Geralmente os esquecimentos ocorrem nos finais de semana, férias ou outros períodos fora da rotina. Utilizar tabelas, calendários ou despertador, como do telefone celular, facilita lembrar os horários corretos para tomar os remédios. 

    Apoio social

    Atualmente, existem organizações governamentais e não governamentais que podem ajudar o soropositivo a enfrentar suas dificuldades e a lidar com situações de estresse por conta da doença. São duas ações de apoio oferecidas: afetivo-emocional e operacional. O afetivo-emocional inclui atividades voltadas para a atenção, companhia e escuta.


    Já o operacional ajuda em tarefas domésticas ou em aspectos práticos do próprio tratamento, como acompanhar a pessoa em uma consulta, buscar os medicamentos na unidade de saúde, tomar conta dos filhos nos dias de consulta, entre outras. Ambos fazem com que a pessoa se sinta cuidada, pertencendo a uma rede social.

    A troca de experiências entre pessoas que já passaram pelas mesmas vivências e dificuldades no tratamento, também conhecido como ação entre pares, também ajuda a promover a adesão, pois possibilita o compartilhamento de dúvidas e soluções e a emergência de dicas e informações importantes para todos.

    O suporte social pode ser dado por familiares, amigos, pessoas de grupo religioso ou integrantes de instituições, profissionais de serviços de saúde e pessoas deorganizações da sociedade civil (OSC ). 

    Compra e distribuição de medicamentos e insumos de prevenção

                                                 
    O Brasil é um dos primeiros países a adotar políticas de saúde significativas para interromper a cadeia de transmissão do HIV e, mais recentemente, das hepatites virais. Também trabalha para melhorar o atendimento dos portadores desses agravos. 

    As mais importantes delas são a distribuição recorde de mais de 465 milhões de preservativos em todo o país em 2009 e o acesso universal e gratuito da população aos medicamentos usados no tratamento da aids e das hepatites virais.

    Governos federal e estaduais possuem responsabilidades diferentes na compra e na distribuição de insumos de prevenção, de medicamentos antiaids e que combatem as hepatites virais, além dos testes de laboratório para diagnosticar o HIV/aids.

    Alimentação

    Uma alimentação saudável aumenta a resistência à aids, fornecendo energia para as atividades diárias e, também, vitaminas e minerais que o organismo precisa. Além de tornar a pessoa mais disposta, uma alimentação equilibrada fortalece o sistema de defesa, ajuda no controle das gorduras e açúcares do sangue, a absorção intestinal e melhora os resultados do tratamento.

    A alimentação saudável é aquela que tem todos os alimentos necessários, de forma variada e equilibrada. Para se ter uma alimentação saudável, o ser humano precisa consumir alimentos de todos os três grupos:

    Carboidratos
     
    Fornecem a energia necessária para as atividades do dia a dia, como andar, falar, respirar etc.
    Encontrados em: arroz, açúcar, massas, batata, mandioca, cereais, farinhas e pães.

    Proteínas
     
    Todos os tecidos do corpo são formados por elas. São as principais componentes dos anticorpos e dos músculos. Constroem, “consertam” e mantêm o corpo, além de aumentarem a resistência do organismo às infecções.


    Encontradas em: carnes bovinas, suína, frango, peixes, miúdos, ovos, leite, iogurtes e queijos (animais) e feijão, soja e derivados, castanhas, amendoim, amêndoa (vegetais).

    Gorduras
     
    Fornecem energia. O organismo precisa delas em pequenas quantidades. Algumas vitaminas usam-nas para serem transportadas no organismo, assim como alguns medicamentos antirretrovirais também.
    Encontrados em: manteiga, óleos, azeite de oliva, margarina, gordura animal (presente nas carnes).

    Como se alimentar melhor?

    O ideal é fazer três refeições principais por dia, com dois ou três lanches nos intervalos. A alimentação deve ser balanceada, variada, dando preferência aos alimentos não industrializados, sempre respeitando as características e hábitos de cada um. Deve ser priorizado o consumo diário de frutas, verduras, legumes, alimentos integrais e carnes magras. Frituras, gorduras e açúcares devem ser diminuídos ou evitados.

    Cuidado com os alimentos

    Um grande problema para os soropositivos são as doenças provocadas por alimentos contaminados, que podem causar vômitos, diarreias ou mesmo infecção intestinal. 

    Alguns cuidados e dicas com os alimentos:
    • Antes de cozinhar, lavar bem as mãos e os utensílios que forem ser usados.
    • Copos ou pratos rachados não devem ser usados, pois os germes se acumulam nas rachaduras.
    • O lixo deve estar bem tampado e longe dos alimentos.
    • Manter os alimentos fora do alcance dos insetos, roedores e outros animais. Cobrir ou guardar em vasilhas bem fechadas.
    • Não consumir alimentos com alterações de cor ou cheiro.
    • Descongelar as carnes na geladeira e não em temperatura ambiente. Evitar comer carne crua.
    • O leite pasteurizado deve ser mantido na geladeira depois de aberto e a atenção na validade deve ser constante. Se não for pasteurizado, recomenda-se ferver antes de beber.
    • Evitar comer ovos crus. Cozinhar até ficarem duros (6 a 8 minutos de fervura) ou fritar até a gema ficar dura.
    • Cortar a carne e os vegetais em tábuas de plástico ou vidro e depois lavar. Evitar a tábua de madeira, pois acumulam muitos germes e bactérias.
    .
    Direitos Fundamentais
     
    Pela Constituição brasileira, os portadores do HIV, assim como todo e qualquer cidadão brasileiro, têm obrigações e direitos garantidos. Entre eles: dignidade humana e acesso à saúde pública e, por isso, estão amparados pela lei. 

    O Brasil possui legislação específica dos grupos mais vulneráveis ao preconceito e à discriminação, como homossexuais, mulheres, negros, crianças, idosos, portadores de doenças crônicas infecciosas e de deficiência.

    Em 1989, profissionais da saúde e membros da sociedade civil criaram, com o apoio do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, a Declaração dos Direitos Fundamentais da Pessoa Portadora do Vírus da Aids

    O documento foi aprovado no Encontro Nacional de ONG que Trabalham com Aids (ENONG), em Porto Alegre (RS).

    I - Todas as pessoas têm direito à informação clara, exata, sobre a aids.
    II – Os portadores do vírus têm direito a informações específicas sobre sua condição.
    III - Todo portador do vírus da aids tem direito à assistência e ao tratamento, dados sem qualquer restrição, garantindo sua melhor qualidade de vida.
    IV - Nenhum portador do vírus será submetido a isolamento, quarentena ou qualquer tipo de discriminação.
    V - Ninguém tem o direito de restringir a liberdade ou os direitos das pessoas pelo único motivo de serem portadoras do HIV/aids, qualquer que seja sua raça, nacionalidade, religião, sexo ou orientação sexual.
    VI - Todo portador do vírus da aids tem direito à participação em todos os aspectos da vida social. Toda ação que visar a recusar aos portadores do HIV/aids um emprego, um alojamento, uma assistência ou a privá-los disso, ou que tenda a restringi-los à participação em atividades coletivas, escolares e militares, deve ser considerada discriminatória e ser punida por lei.
    VII - Todas as pessoas têm direito de receber sangue e hemoderivados, órgãos ou tecidos que tenham sido rigorosamente testados para o HIV.
    VIII - Ninguém poderá fazer referência à doença de alguém, passada ou futura, ou ao resultado de seus testes para o HIV/aids, sem o consentimento da pessoa envolvida. A privacidade do portador do vírus deverá ser assegurada por todos os serviços médicos e assistenciais.
    IX - Ninguém será submetido aos testes de HIV/aids compulsoriamente, em caso algum. Os testes de aids deverão ser usados exclusivamente para fins diagnósticos,  controle de transfusões e transplantes, estudos epidemiológicos e nunca qualquer tipo de controle de pessoas ou populações. Em todos os casos de testes, os interessados deverão ser informados. Os resultados deverão ser transmitidos por um profissional competente.
    X - Todo portador do vírus tem direito a comunicar apenas às pessoas que deseja seu estado de saúde e o resultado dos seus testes.
    XI - Toda pessoa com HIV/aids tem direito à continuação de sua vida civil, profissional, sexual e afetiva. Nenhuma ação poderá restringir seus direitos completos à cidadania.

    Na justiça
    Assessoria jurídica
    O Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais tem apoiado organizações da sociedade civil para atuar na defesa dos direitos dos soropositivos e das populações vulneráveis no país com recursos financeiros. 

    Essas instituições recebem denúncias, assessoram vítimas de discriminação e preconceito, fornecem informações sobre legislação e aids, além de garantirem o devido acompanhamento das ações judiciais, quando necessário. 

    O atendimento nas assessorias jurídicas é gratuito. Para se informar melhor sobre seus direitos, você também pode procurar os Núcleos de Prática Jurídica das Faculdades de Direito, a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), a Defensoria Pública e serviços como Balcões de Direito e Centros de Referência em Direitos Humanos.

    Em caso de denúncia, é importante ter testemunhas e/ou documentos que comprovem a situação. Quanto mais cedo você denunciar, mais condições os órgãos terão de apurar o caso.

    Prioridade em processos judiciais

    Não existe legislação que dê prioridade às pessoas com HIV/aids no julgamento de processos judiciais. Mas o soropositivo pode solicitar, na justiça, urgência por meio de uma exposição de motivos. 

    A ausência dessa prioridade na justiça deve-se ao fato de, atualmente, existirem medicamentos e tratamento que permitem à pessoa vivendo com HIV/Aids ter uma vida com mais qualidade.

    No trabalho

    Sigilo no trabalho

    O portador do vírus tem o direito de manter em sigilo a sua condição sorológica no ambiente de trabalho, como também em exames admissionais, periódicos ou demissionais. Ninguém é obrigado a contar sua sorologia, senão em virtude da lei. 

    A lei, por sua vez, só obriga a realização do teste nos casos de doação de sangue, órgãos e esperma. A exigência de exame para admissão, permanência ou demissão por razão da sorologia positiva para o HIV é ilegal e constitui ato de discriminação. 

    No caso  de discriminação no trabalho, por parte de empresa privada, recomenda-se registrar o ocorrido na Delegacia do Trabalho mais próxima.

    Auxílio-doença

    Se a incapacidade para o trabalho for por mais de 15 dias e menos de 12 meses
    .
    Aposentadoria por invalidez

    Se a incapacidade para o trabalho for por mais de 12 meses. * Para se ter direito a esses benefícios, é necessário ser contribuinte do INSS e requerê-los junto aos postos de atendimento (dependendo do benefício, é possível também requerer pelo site do INSS. 

    Benefício de Prestação Continuada

    É a garantia de um salário mínimo de benefício mensal à pessoa incapacitada para a vida independente e para o trabalho, bem como ao idoso com 65 anos ou mais, que comprove não possuir meios de prover a própria manutenção e nem tê-la provida por sua família. Esse benefício independe de contribuições para a Previdência Social. A pessoa para recebê-lo deve dirigir-se ao posto do INSS mais próximo e comprovar sua situação.
    Essa comprovação pode ser feita com apresentação de Laudo de Avaliação (perícia médica do INSS ou equipe multiprofissional do Sistema Único de Saúde). A renda familiar e o não exercício de atividade remunerada deverão ser declarados pela pessoa que requer o benefício.

    Nos transportes

    Alguns estados concedem gratuidade no transporte coletivo para pessoas que vivem com HIV/aids (transporte intermunicipal). Por sua vez, alguns dos municípios possuem legislação que isenta a pessoa vivendo com HIV/aids do pagamento da tarifa de transporte coletivo urbano. 

    Consulte a secretaria de seu estado e município.

    Não discriminação

    A Constituição Federal afirma que todos são iguais perante a lei, sendo vedado qualquer tipo de discriminação. Alguns estados reforçam em sua legislação a vedação da discriminação em razão do HIV/aids. São eles:
    • Distrito Federal
    • Espírito Santo
    • Goiás
    • Minas Gerais
    • Paraná
    • Rio de Janeiro
    • São Paulo
    FonteMinistério da Saúde - http://www.aids.gov.br/ 





                                             


                                                 

                            








                                                 

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