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quarta-feira, 14 de dezembro de 2011

Poesia 78

      1

E como vai você?
Você aí sentado na noite
questionando as estradas
que não sentiu ou viveu
por medo de amar,

As asas do vento
bem que podem ser você
no coração da noite
onde as estrelas brilham
sobre o mundo.

Só as flores úmidas da noite
sabem esconder sua alma
que chora no azul da coragem
de voar na memória acesa.

Quero segurar suas mãos
e  mergulhar no fundo
de sua solidão para
conversar com seus olhos,
tão calmos, que nós podemos
até brincar de que as coisas
estão no sonho do tempo .


     2

Vem, ó amigo,
porque eu quero
acordar a flor
com o calor da vida .

Dá-me  seu sorriso espantado
que cresce nesta poesia
onde o sentido é sem sentido .

Olha, é tão simples aprender
a amar um pouco mais
que uma gaivota
chega a ser o infinito
a olhar a vida ...


Pergunto à noite
por  você...
E é tão urgente,
tão doído,
ficar calada
olhando o silêncio
devorar as ilusões
nos anjos da memória,
que é inútil dizer
que o amor está roendo
as coisas
na poeira da vida .

      3

Vem,que eu digo
as coisas que trago escondidas
no meu peito ou na minha pele
como uma canção ( mais profunda )
sem nenhum segredo.

Sabe,tudo passa célere,
nas vozes do silêncio ...

Não diga nada.
Dá-me, apenas , sua alma simples
igual seu retrato presente
que vai secando os olhos do futuro,
no seu medo de despertar
o desejo do sonho e do amor,
fazendo de meu sorriso
o silêncio do mundo .

Só uma coisa pode
transformar tudo isso:
-o amar e o se deixar amar .

Pergunto à noite,
como vai você ...
Aí sentado no sonho escrito
de minha tristeza inútil
em dizer tudo
e não saber nada.

      4

Dá-me as mãos,
o amor pode nascer
também da dor.

 Olha,
que a vida corre
como se fosse sombras inquietas,
que o vermelho da boca esconde
nos olhos transparentes
do aroma do corpo
transpirando amor.

Gasta o brilho leve
do sonho de amar,
ontem,
hoje,amanhã,
em cada pensamento que passa ...

Vem,
que quero segurar
seu corpo
nos meus olhos molhados ,
sofridos ...

      5

O que é o amanhã
se agora não há
como disfarçar o presente ?

Ou as palavras
que o amor não
consegue esconder?
E, no entanto, consome
na pedra,
no ruído da vida,
no calendário do mundo,
no sonho escrito...


Por isso pouco importa
se amanhã a vida estiver
rindo da gente,
ou do sonho que a alma
em seu avesso
confessa a vida
no minuto em que
o amor roeu, doeu,
subitamente este poema
por sobre o vulto do tempo.

        6

Pergunto à noite,
como o pensamento
pode segurar o olho da saudade
no peso do sentimento roído.

Pergunto,
onde a vida ilumina
o medo de dividir
o silêncio da memória
a procura de tudo...

Ou como a vida reflete
a procura de tudo
na realidade do mundo
( mesmo de nossas faces )
nas sombras derretidas
de todas as horas.

Aliás,
pergunto à noite
por você.

By Cassia Cristina Cunha

                                                       


                                               
                                                             

            

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