Há quem não goste e até sofra mas o
inverno é uma estação charmosa, elegante, repleta de nuances espetaculares. A
natureza como sempre exibe sua grandeza, seu estilo, sua incomparável
performance.
O inverno se aproxima do aconchego
do lar, do bom vinho. É presença constante na conversa dos amigos, seja numa
rodinha de esquina, numa boate, numa festa, degustando uma deliciosa pizza ou
em meio ao meigo calor de uma boa lareira. Estreita nossa relação com as luvas,
sombrinhas, guarda-chuvas, cachecol, cobertor e edredons há muito esquecidos no
armário.
Estampa a nossa visão com excêntrico e singular desfile de gorros, blusas de lã, casacos, botas, meias e as famosas camisas de flanela. É o ápice das lembranças juninas, dos santos homenageados que movimentam-se na imaginação através das fogueiras, das quadrilhas, das bandeirinhas, das figuras caipiras tradicionais e reestilizadas que ainda desabrocham nos cândidos sorrisos das crianças, nas alegrias dos adultos, na nostalgia dos idosos.
Estampa a nossa visão com excêntrico e singular desfile de gorros, blusas de lã, casacos, botas, meias e as famosas camisas de flanela. É o ápice das lembranças juninas, dos santos homenageados que movimentam-se na imaginação através das fogueiras, das quadrilhas, das bandeirinhas, das figuras caipiras tradicionais e reestilizadas que ainda desabrocham nos cândidos sorrisos das crianças, nas alegrias dos adultos, na nostalgia dos idosos.
O inverno nos congela o corpo mas
nos aquece a alma. É clima ótimo para recitais, concertos e festivais
gastronômicos em regiões serranas. Montanhistas exercitam-se com muita energia,
equipados, maravilhados com o ar típico. As geadas por sua vez são dignas de um
memorável registro fotográfico e de um inigualável êxtase mental. O sincelo é
um fenômeno que extrai admiração, encanto e magia. Já os dias nublados
constituídos por correntes de ventos frios e chuvicas persistentes nos assediam
a pôr mais agasalhos enquanto as manhãs limpas de céu azul com noites e
madrugadas de baixa temperatura inspira-nos a escrever um poema de rara beleza.
O inverno também cria seus
contrastes. Os bocejos que antes dele podem indicar cansaço, sono, preguiça ou
até mesmo indiferença a um contexto enfadonho, ganham outros significados e
soltam fumacinhas graciosamente expelidas ao ar.
As mãos que costumam se
entrelaçar por expectativas, ansiedade ou mediante situações de profunda
satisfação, entram em atrito como um balé gélido onde por entre coreografias
agitadas procuram se aquecer. Os abraços tornam-se mais propícios, os banhos
algumas vezes temidos e até mesmo evitados exigem graus mais elevados das águas
e todos buscam o calor do corpo na mesma intensidade em que no verão busca-se o
resfriamento dele.
Como em todas as estações o inverno
tem suas características, sua função social. Ele nos alerta para a necessidade
de se fazer o bem para aqueles que carecem de apoio, que vivem nas ruas,
maltrapilhos, esquecidos pelo egoísmo e indiferença da sociedade da qual eu e
você fazemos parte. Oferece-nos a oportunidade de sermos mais humanos e mais
responsáveis pelo bem estar coletivo, mais generosos com todos que são
atingidos nessa época em sua integridade física e psicológica.
Além do belo quadro
natural que nos proporciona o inverno convida-nos também a uma reflexão séria
imbuída de compaixão subjetiva pelos outros, intimando-nos ao exercício da
empatia, das virtudes e da cidadania plena. Devemos apreciar essa necessidade
com trabalho, entusiasmo e dedicação assim como nos deslumbramos com as dádivas
da Mãe Terra. Isso com toda certeza nos fará seres melhores deixando sempre o
inverno indiscutivelmente, muito mais charmoso.
By Waldir José
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