O Brasil investe pouco em estudo e pesquisa. O Brasil não investe
seriamente em ciência. Esta é uma indesejável notícia que coloca o país numa
posição frágil em relação aos modernos avanços tecnológicos e científicos e
podemos seguramente afirmar que nesse aspecto como em muitos outros somos ainda
micro num ambiente real macro, uma vez que vivemos encarcerados numa atmosfera
política tacanha, ornamentada de belas retóricas mas na prática deteriorada,
capenga por dentro e por fora.
Diferente de outros
países, o sistema político brasileiro não se preocupa em mobilizar investimento
científico, isto não está inserido em sua pauta de prioridades. Os
financiamentos não correspondem as expectativas, os recursos liberados são
escassos e prejudica sensivelmente a produção de conhecimento e o que é pior,
não há sinal de melhora.
Recentemente a
Academia Brasileira de Ciência (ABC) completou 100 anos e embora tenha casos
isolados de sucesso a comemorar em seu centenário a verdade é que coleciona
mais decepção do que êxito pois mesmo que a respeitosa instituição não declare,
na vida os resultados finais de um processo confirmam a realidade em que se
vive mesmo que temporariamente e não precisa ser nenhum cientista para
compreender que os resultados científicos no Brasil são pífios.
Segundo a
neurocientista Suzana Herculano-houzel que saiu da Universidade Federal do Rio
de Janeiro (UFRJ) para a Universidade de Vanderbilt (EUA) que ganhou os
holofotes midiáticos ao contestar a baixa qualidade do campo científico no
Brasil, as condições que embasam a atuação dos cientistas brasileiros são
degradantes. Pessoas qualificadas segundo ela, são contratadas em centros
universitários como professor e não há incentivo à pesquisa. Já o presidente da
Academia Brasileira de Ciência Luiz Davidovich diz que a falta de
comprometimento com metas mais ambiciosas para a produção científica pode
estimular a ida dos pesquisadores para outros países.
A própria Academia já
propôs ao governo um aumento no orçamento para pesquisa até que ele corresponda
a 2% do PIB nacional até 2020. A Academia também defende que o Ministério da
Ciência, Tecnologia e Inovação seja dirigido por Ministros com visão holística,
comprometidos com teses universais, como a evolução das espécies. Ainda de
acordo com a Academia, o Ministério deve ser ministrado de forma laica.
Num outro cenário a
física italiana Fabíola Gianotti que lidera o LHC, o maior acelerador de
partículas do mundo, encabeçou um estudo que durou 4 anos ao custo total de dez
bilhões de dólares com o objetivo de encontrar provas inequívocas de uma
partícula subatômica uma das peças dos 61 elementos que baseiam as teorias
fundamentais da física que faltava ser observada em laboratório. Essa
descoberta segundo a cientista lança luz sobre 5% da composição do universo
exibindo um pouco mais do porque da sua existência.
Quando obtenho uma informação
desse nível fico feliz por saber que ainda se estuda e se pesquisa neste
planeta e que apesar de tudo existem sistemas de governo que se preocupam com o
assunto. O que muitos governos propositalmente fazem é importar métodos
científicos caríssimos que não ficam a serviço da população ou simplesmente não
o fazem mantendo uma política retrógrada relegando a ciência a segundo plano.
Outros entretanto me parece desconhecer plenamente que as descobertas mudam o
ciclo existencial, viram as costas para as pesquisas pois visam fórmulas
prontas e arcaicas de desenvolvimento humano e mesmo sendo céticos acreditam
que são poderosos e que podem resolver tudo com a imaginação de poder que dizem
possuir, ao meu parecer um descompasso grave que fere a realidade evolutiva da
vida.
Concluindo devo dizer
que a ciência é fundamental, precisa de investimentos, precisa de incentivos,
ela tem finalidade sim, pois contribui integralmente para nossa expressão no
mundo. O Brasil precisa se adequar a esta realidade, precisa evoluir. Precisa
de amplitude e de novos horizontes, precisa de encorajar seus pesquisadores,
precisa de ciência.
By Waldir José
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