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terça-feira, 9 de outubro de 2012

Até um dia, Companheiro . . .

Para o Manoel Pereira, Poeta da Magistral Pureza ,

Até um dia, Companheiro, bom, muito Bom Companheiro. 

Companheiro das sonatas, das “noitadas’ viradas madrugada a dentro em discussões e dissenções filosóficas, políticas, etc.

Num dia como hoje Companheiro, resolveste usar do teu Livre Arbítrio e já cansado de provocar inúmeras sensações na emotividade daqueles que souberam como tu bem o sabias, e como sabias, compartilhar prazerosamente o Dom da Vida, o dom de extrair do cantarolar dos pássaros matinais alguma inspiração que lançando mão da pena, em poucas, por vezes raras palavras, construías um mágico Poema que a todos invadia, posto que fizeste dele o encantar um canto que só a ti pertencia, mas mesmo assim o compartilhavas, sem os medos próprios de todo Poeta, mas dizias, lembro-me bem, que do Poeta nada poderiam tirar, pois o Poeta por ser Poeta “era o dono de seu próprio aspirar e suspirar.
 
Transladas-te Companheiro. Partistes para um Novo Mundo onde sabemos nós, Poetas se vestem de azul e branco, pois o Mar e as Águas que descem das cristalinas serras são azuis e brancas e, nunca te assustaste com o alvo branquejar da manhã, como não te assustavas com o azular que trazia muito trabalho, pois nos preparávamos para o enoitecer que se aproximava e era exatamente nestas horas onde compartilhávamos, com muitos outros Bons Companheiros, a música, a Poesia, o Vinho e, porque não, até mesmo a vodka que nos fazia lembrar Mayakowski.
 
Dói Companheiro, dói muito, pensar nas lembranças das Poematas, tu, eu, Vidocq, Xinaíba, Zé Nelson, dentre muitos outros onde, desavergonhados, explorávamos as horas iniciais das noites, sem esperar por aplausos da chusma, declamávamos nosso velejar nas palavras que nos absorviam como o algodão dos céus, as nuvens, absorvem a luz que emana das estrelas quando o enoitecer se nos aparece indumentado de cores mais escuras não permitindo que pudéssemos ver e namorar aquele que era de todos nós, a Encantada Namorada que nem mesmo Dionísio a ela resistiu – a Lua.

Pois é Companheiro, tua coragem como Poeta superou as margens, as raias do Absurdo do Ser Poeta e elevou-se a píncaros donde somente possuem acesso as águias quando rebuscam seu renascimento. Era lá, Companheiro, exatamente naquele nicho e ninho que nos agasalhávamos quando, perdidos nu ma noite qualquer, buscávamos o calor e a maciez da rocha que pudesse nos acomodar.

Sabe Companheiro, teu Canto Mudo emudeceu a muitos e, neste emudecer, fizestes surgir uma maturidade que somente os Poetas possuem, pois vivem eles, segundo os sãos, “no mundo da lua” e, cá para nós, existe um outro lugar melhor onde podemos nos sentar e colocarmos em discussões abertas e sem quaisquer constrangimentos a antiga “Oração aos Moços” ?. Não era para qualquer um.

Na Praça da Matriz, no Ponto, refizemos toda a ortografia. Desafiamos inúmeras regras que não foram por nós interpostas; cada sinônimo podia ser um antônimo, uma metáfora poderia ser uma sinonímia e, então, questiono-me; e daí? Quem teria ousado tanto e rebuscado tanto Ser mais que um simples Ser, mas na verdade absoluta de todas as possíveis absolititudes, nossas atitudes eram sempre tidas, voltadas, repetidas, repisadas e reprisadas para que casa Ser fosse mais Ser, fosse sempre, ad eternitum, um Ser Humano.

Depois, o tempo, este algoz que não vê a quem lança seus ferrões de tristeza e de desarmonia, acabou por nos afastar por um certo período de horas, semanas, meses e anos, mas nada, absolutamente nada entre nós mudou de lugar ou transformou-se em alegorias que serviriam aos velhos profetas de esquina de que “por ali, naquele momento, haviam passado, dois, três, quatro ou mais loucos”. E cá entre nós, se nossa loucura serviu para alguma coisa, e sabemos que sim, conseguimos fazer que certas mudanças fossem radicalmente materializadas e afastadas se fizeram “certos professorados” que não admitiam o verso aberto, rasgado, sem pudor, pelo contrário, empreendiam em fugar de nós como se fossemos os mentecaptos que eles tanto adoravam em seus estudos que nada cresceu, apenas lhes acrescentou abomináveis formas de fazer que seu alunado deixasse de viver o carpiem diem.

E fomos, além disto, tudo, meu Bom Companheiro, fomos muito além. Em nossas reuniões em certas cercanias que denominávamos a “cabana”, sem que houvesse programações, fazíamos o tempo estacionar e, neste estacionamento, estagnava-se ele por falta de compreensão e complacência, mais impaciência e intolerância quando percebia que, ali naquele recanto onde nos encontrávamos, havia uma só exigência para participação daqueles que se propusessem a comparecer e, esta pequena exigência era de que comparecesse em, com e na Paz, trazendo consigo uma vela, pois nem luz elétrica (produzida pelo homem já há bastante tempo decorrido), lá não queríamos, o banho de “balde com água aquecida no fogão a lenha” produzia em nós uma sensação de que a bio-pisco-higiene tornava-se mais sólida e nos serviria para atravessar a noite e nos encontrarmos pela matinada jogando pétalas de flores silvestres sobre o gramado que nascera espontâneo e que cuidado era pelos pássaros e animais silvestre que por ali passeavam durante o dia.

Vieram depois as razões da política. Fato inóspito para todos nós, pois éramos apolíticos politizados, sabíamos nos colocar e sabíamos as teses e as antíteses de cada sistema. Platão considerávamos um “chato” que por defender um “republiqueta” (como a hoje presente em nosso Solo Pátrio), vivia embriagado até que fosse completamente desmascarado por sujeitos como Maquiável, Hume, Kant, Montesquieu, dentre muitos e muitos e muitos outros.

Mas nem tudo poderia parar por ali. Não éramos assim mais tão meninos, pois não víamos mais como meninos, mas sim com os olhares dos homens. Isto nos era sacrossanto até que, o Bom Companheiro Manuel Pereira, em largos desafios aos “regimes disfarçados” (fica melhor assim, não é mesmo?), resolveste abrir uma enorme lacuna, aliás abissal lacuna quanto submetestes teu nome em Pauta no Supremo Tribunal Federal para que aceita também o fosse a tua candidatura à Presidência da República, mas os “homens de preto”, com receio e medo de serem governados por um “sonhador”, vetarem teu nome a uma eventual escolha da plêiade brasileira, pois certo se fizera, já naqueles tempos, que os “generais já preparavam seu sucessor e acabou dando no que deu: Sarney; Collor; Fernando Cardoso e Lula (e que fique sempre para o lado de lá, pois cá queremos mais seriedade) e, nosso povo, nossa gente, nós brasilianos, estamos cansados de sermos corrompidos e acharcados em impostos que nunca vimos retornar para a sociedade em que vivemos – infelizmente, muitos “espertalhões” (Jorge Mario, Sergio Cabral, dentre centenas de nomes a nível municipal, estadual e federal), souberam com o aprendizado e apreenderam que ao povo tudo se dá, mas primeiro aos meus amigos. Na verdade, a célere desculpa do LULA eternizou-se: “é verdade, eu não estou sabendo, eu não sabia de nada”.

Então nos resta a pergunta do Poeta: E AGORA JOSÉ ? ? ?
Vai Companheiro , Companheiro Bom, leva saudades, mas não as mate, nunca, mata-las e trazer desprezo a tudo quanto amamos no hoje e que, no ex-quase-tudo-do-nada que jamais deixaremos de AMAR.

Que a Paz e acompanhe na jornada e que a Luz que irradia nesta tua transmutação possa servir para que a madrugada campesina seja deveras campesina, pois bem sabemos, por maior que for a quantidade de concreto e de asfalto, sobrarão os intervalos da terra e, é exatamente ali que RENASCERÃO AS FLORES.

Do Edson C. Amaral
(30 - 09 - 2012 )

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