A vida é: misteriosa, surpreendente, fascinante. Habitada por seres
racionais e irracionais, está repleta de: estímulos, sensações, energia. Tecido
vivo a serviço da intuição, do cosmo, do eterno. A minha vida, a sua vida, a
nossa vida, consciente e inconsciente aqui se misturam, na extasiante dádiva
evolutiva.
Labirinto de incontáveis
subjetividades a vida prossegue, se concentra dando forma, definindo, criando.
Em seu seio uns e outros se movimentam, acoplando-se. Desse modo uma mística
verticaliza-se ao sabor de incógnitas disseminadas por uns e outros erguendo
sensações semelhantes e adversas, simples e complexas.
Imagens rebuscadas,
quase indecifráveis chegam a todo momento confundindo a urgência da vida, as
responsabilidades cotidianas, a seriedade em se respirar. O cérebro humano tão
explorado mas ainda pouco compreendido se expõe caracterizando uns e outros na
plenitude científica, no infinito ignorado. Com isso vem a exaustão, mas também
a vontade de aprender, instala-se a sede do conhecimento, a obstinação por
aquilo que mal se percebe mas que uns e outros tentam esconder evaporando-se em
mentiras, a todo custo.
Sorrisos largos seduzem
enquanto o ar da graça some, oculto nas sombras do viver, mas propositais
incongruências, em falsas promessas, em atônitas tolerâncias, em suplicas
descabidas. Escravos e lascivos entre si uns e outros se abraçam, se beijam,
ironizam-se sobre a terra repisada por dores incontroláveis ornamentando
desvarios, pluralizando prantos, reacendendo escárnios, polarizando as guerras,
implodindo a paz.
De vez em quando se
abrem lacunas, vazios, abismos entre uns e outros. A vida ferve, o coração
sofre, as mãos ficam gélidas, o corpo enfraquece. Bocas ressequidas anseiam
gritar na febre implacável da sobrevivência. Falta o essencial, o oxigênio
salvífico, a âncora, o auxílio, o carinho, a fraternidade, o amparo. O saldo
devedor aumenta sensivelmente, sobra arrogância e orgulho, uns e outros
assassinam o amor.
A vida cobra deveres dos
seus inquilinos. Somos temporários por aqui. O nosso futuro é o nosso caminho,
são os nossos passos. O bem estar que procuramos repousa no equilíbrio das
nossas ações, não há outra saída. Se somos uns e outros somos iguais, somos
únicos, e se somos responsáveis pela prática e zelo do bem somos diferentes e
não melhores que os demais. Se fazemos o que é certo, o que é preciso, então
buscamos a justiça do Supremo, do invisível, do Eterno. Isso não nos qualifica
como melhores e sim nos dá a chance de progredir em busca do objetivo maior, em
busca do nosso propósito existencial.
Se assim não somos,
vivenciamos a cada dia a loucura incômoda e estressante PERDIDA ENTRE UNS E
OUTROS DE NÓS MESMOS.
By Waldir José
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