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sexta-feira, 2 de setembro de 2011

Poema

Eu não queria cantar este canto
onde  as horas ecoam como
chamas que consomem
esta memória tão cheia
do vazio de você.

Há pedras  silenciosas
mansamente costuradas
no azul  surreal das coisas não ditas
e, no entanto,  absolutamente necessárias.

Eu queria fingir que tudo
é apenas um sonho...
Ou que o tempo parou...
E que tudo é um grande engano
desfolhado  no suor desta poesia verde-água
cristalizada em minhas mãos adormecidas
na efemeridade das palavras.

Há um perfume no quarto
como se a espera deste instante pudesse
anoitecer os olhos do outono de nossas vidas
tão distantes e ao mesmo tempo tão nossas.

O coração de poeta é como um
naufrágio na  intemporalidade do amor,
derramado nos  sonhos incontidos  das palavras,
dos desejos de sua alma repleta
de girassóis,
poentes,
passarinhos azuis,
masmorras de silêncios
carcomidos em si mesmo
ante escolhas não feitas
e, no entanto, absurdamente
impostas no avesso da vida.

Cassia Cristina Cunha        

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