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sábado, 6 de agosto de 2016

OBSERVAÇÃO OLÍMPICA

O Brasil brilha novamente abrindo as portas para um evento encantador, feérico, singular, os Jogos Olímpicos 2016. A cidade do Rio de Janeiro está em êxtase, iluminada, viva.

A origem dos Jogos Olímpicos data de 776 a.C. tendo como seu protagonista o atletismo. Os primeiros jogos foram realizados em Olímpia, uma cidade localizada no sul da Grécia considerada sagrada entre a Península do Peloponeso. A sua realização confundia-se com a mitologia e era dedicada a Zeus considerado o senhor dos deuses gregos. Como na atualidade as competições aconteciam de 4 em 4 anos.

Segundo historiadores e especialistas, nos primórdios olímpicos os atletas competiam nus, uma prática criada pelos Espartanos no século VIII a.C., era vetada a participação de escravos, estrangeiros e mulheres. Somente as proprietárias de cavalos podiam participar. Após os Romanos conquistarem a Grécia em 146 a.C. eles se juntaram aos gregos quebrando assim a tradição inicial das Olimpíadas.

Na era moderna quem mais incentivou o evento esportivo foi o Barão de Coubertin, isto porque, devido a Segunda Guerra Mundial as competições olímpicas foram canceladas. Foi o Barão que nasceu na França em 1863 batizado por Pierry de Frédy que incentivou a volta das olimpíadas pois ele acreditava no esporte e na educação como mola mestra capaz de mudar o ser humano e a esfera política mundial. Dessa forma os jogos passaram a ter a missão de unir os povos, nações, culturas e pessoas ao redor do mundo. A bandeira olímpica com os 5 anéis simbolizam os continentes e representam o clima olímpico, a ética e a união através do esporte.

A 1ª pira olímpica foi acesa pela primeira vez em 1936 na cidade de Berlim. O primeiro medalhista olímpico brasileiro foi Guilherme Paraense na estreia do Brasil nos jogos em Antuérpia na Bélgica em 1920. O ator americano Johnny Weissmuller que ficou famoso por interpretar Tarzan e Gim das Selvas no cinema participou das olimpíadas de 1924 na França conquistando 3 ouros em natação e 1 bronze em polo aquático. Em 1928 ele foi a Amsterdã na Holanda e conquistou 2 medalhas de ouro em natação.

Obs.: olhando-se um pouco mais de perto através de uma ótica analítica senão crítica, vemos claramente que o Brasil e o Rio de Janeiro não estão a altura de uma grandeza olímpica. Atravessamos um momento de profunda resseção econômica, vulnerabilidade política e destruição ética. Nosso povo vitimado pelo terrorismo da corrupção carece do essencial e o espírito olímpico embora necessário sumiu do íntimo da maioria dos brasileiros. Se por um lado alguns ganham com as olimpíadas outros perdem e agonizam ferindo o ânimo humano e empalidecendo o nível da competição e da luta social por dias melhores. 

De fato devemos dar boas vindas as delegações olímpicas que chegam num instante eufórico, contudo não podemos negar o fatídico presente e muito menos esquecer o amanhã. Será que teremos fôlego para superar a falta do básico e conquistar nossa medalha de dignidade? Será que vamos deixar um legado positivo e menos grotesco para s gerações futuras? Espero que sim.

Aproveito a oportunidade para lembrar que as Olimpíadas Rio 2016 tem um poder de atração imensurável para o bem, entretanto também quero registrar que a mesma Olimpíada oculta temporariamente as mazelas coletivas que o cidadão carioca de bem vive no dia a dia servindo também como poderoso instrumento que fomenta um quase despercebido desvio de foco político dos desafios crônicos nacionais que os governantes não tem interesse em superar. 

O elogiado aparato de segurança dos jogos é um mero detalhe e uma farsa do Estado Brasileiro que em dias normais sem eventos desse porte deixa a população a mercê do crime organizado num ambiente propício a todo tipo de violência com ampla ação das milícias, facções e policiais corruptos. Neste cenário nefasto de autoridades delinquentes as Olimpíadas Rio 2016 vai reluzir favorecendo grandes monopólios e fazendo parte de uma estratégia, num jogo desleal, tacanho e sem graça.

By Waldir José



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