O Brasil brilha novamente abrindo as portas para um evento encantador,
feérico, singular, os Jogos Olímpicos 2016. A cidade do Rio de Janeiro está em
êxtase, iluminada, viva.
A origem dos Jogos Olímpicos data de 776 a.C. tendo como seu
protagonista o atletismo. Os primeiros jogos foram realizados em Olímpia, uma
cidade localizada no sul da Grécia considerada sagrada entre a Península do
Peloponeso. A sua realização confundia-se com a mitologia e era dedicada a Zeus
considerado o senhor dos deuses gregos. Como na atualidade as competições
aconteciam de 4 em 4 anos.
Segundo historiadores e especialistas, nos primórdios olímpicos os
atletas competiam nus, uma prática criada pelos Espartanos no século VIII a.C.,
era vetada a participação de escravos, estrangeiros e mulheres. Somente as
proprietárias de cavalos podiam participar. Após os Romanos conquistarem a
Grécia em 146 a.C. eles se juntaram aos gregos quebrando assim a tradição
inicial das Olimpíadas.
Na era moderna quem mais incentivou o evento esportivo foi o Barão de
Coubertin, isto porque, devido a Segunda Guerra Mundial as competições
olímpicas foram canceladas. Foi o Barão que nasceu na França em 1863 batizado
por Pierry de Frédy que incentivou a volta das olimpíadas pois ele acreditava
no esporte e na educação como mola mestra capaz de mudar o ser humano e a
esfera política mundial. Dessa forma os jogos passaram a ter a missão de unir
os povos, nações, culturas e pessoas ao redor do mundo. A bandeira olímpica com
os 5 anéis simbolizam os continentes e representam o clima olímpico, a ética e
a união através do esporte.
A 1ª pira olímpica foi acesa pela primeira vez em 1936 na cidade de
Berlim. O primeiro medalhista olímpico brasileiro foi Guilherme Paraense na
estreia do Brasil nos jogos em Antuérpia na Bélgica em 1920. O ator americano
Johnny Weissmuller que ficou famoso por interpretar Tarzan e Gim das Selvas no
cinema participou das olimpíadas de 1924 na França conquistando 3 ouros em
natação e 1 bronze em polo aquático. Em 1928 ele foi a Amsterdã na Holanda e
conquistou 2 medalhas de ouro em natação.
Obs.: olhando-se um pouco mais de perto através de uma ótica analítica
senão crítica, vemos claramente que o Brasil e o Rio de Janeiro não estão a
altura de uma grandeza olímpica. Atravessamos um momento de profunda resseção
econômica, vulnerabilidade política e destruição ética. Nosso povo vitimado
pelo terrorismo da corrupção carece do essencial e o espírito olímpico embora
necessário sumiu do íntimo da maioria dos brasileiros. Se por um lado alguns
ganham com as olimpíadas outros perdem e agonizam ferindo o ânimo humano e
empalidecendo o nível da competição e da luta social por dias melhores.
De fato
devemos dar boas vindas as delegações olímpicas que chegam num instante eufórico,
contudo não podemos negar o fatídico presente e muito menos esquecer o amanhã.
Será que teremos fôlego para superar a falta do básico e conquistar nossa
medalha de dignidade? Será que vamos deixar um legado positivo e menos grotesco
para s gerações futuras? Espero que sim.
Aproveito a oportunidade para lembrar que as Olimpíadas Rio 2016 tem um
poder de atração imensurável para o bem, entretanto também quero registrar que
a mesma Olimpíada oculta temporariamente as mazelas coletivas que o cidadão carioca
de bem vive no dia a dia servindo também como poderoso instrumento que fomenta um
quase despercebido desvio de foco político dos desafios crônicos nacionais que
os governantes não tem interesse em superar.
O elogiado aparato de segurança
dos jogos é um mero detalhe e uma farsa do Estado Brasileiro que em dias
normais sem eventos desse porte deixa a população a mercê do crime organizado
num ambiente propício a todo tipo de violência com ampla ação das milícias,
facções e policiais corruptos. Neste cenário nefasto de autoridades
delinquentes as Olimpíadas Rio 2016 vai reluzir favorecendo grandes monopólios
e fazendo parte de uma estratégia, num jogo desleal, tacanho e sem graça.
By Waldir José
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