O segundo mandato da petista Dilma Roussef vem sendo manchado por uma série de escândalos e
descontentamento político. Como num passe de mágica Dilma foi do céu ao inferno
amargando alto índice de reprovação com substancial queda de popularidade e
profunda inércia administrativa. Isolada e perplexa, apresenta pouca habilidade
de articulação até com a base aliada o que sem dúvida constitui imenso desgaste
político com forte reflexo no contexto social.
Quem acompanha minhas matérias deve
se lembrar que em outubro de 2014 escrevi um artigo intitulado Mais uma Vez,
onde ressaltei a dificuldade que a presidente teria com a oposição e a
necessidade da existência de diálogo em seu governo, ou seja, eu quis dizer que
na prática Dilma teria que negociar, financiar bons projetos e fazer o país
voltar a crescer, mas para isso, precisaria abandonar o viés centralizador
abrindo um potente canal de comunicação com o Congresso e com a sociedade; em
síntese, teria que fazer concessões.
Em seu discurso de posse a “Coração
Valente” frisou que o seu governo seria ecumênico e convocou todos a lutar por
um Brasil mais justo, mais digno. Naquele primeiro momento impactada pelo
efeito da vitória talvez tenha se empolgado além da conta a ponto de acreditar
nos devaneios teóricos que ela própria mencionava e com isso se esqueceu que no
âmbito político não há unanimidade, há no mínimo debates de ideias e acalorada
disputa pelo poder, a qual torna-se acirradíssima devido aos diversos modelos
de interesses que estão em jogo.
As manifestações ocorridas
recentemente demonstram o descontentamento da população que vive dias de
incertezas e insegurança social. De fato, o governo do PT enfrenta uma grave
crise política, ética e econômica de grandes proporções com alto grau de
complexidade. No que tange a corrupção
por exemplo, precisamos entender que ela está institucionalizada há muitos
anos, portanto não é um problema de agora, configura um desvio constitucional,
um problema crônico, antigo, sistêmico, exigindo um esforço hercúleo para ser
minimizada, para ser retirada do imaginário e das ações humanas. Para que isso
aconteça tem que haver moralização e boa vontade do executivo, legislativo e
judiciário. Exige honestidade dos três poderes, exige decência e ordem das
autoridades. Isto equivale dizer que precisamos mudar a cultura da leniência
com quem pode pagar por habeas-corpus e punir de forma exemplar quem rouba
neste país ou pratica qualquer ato ilícito confiante na posição que ocupa e no
poder econômico que possui.
Mergulhado num oceano de
incongruências e ameaçado de perto pelo clamor de um impeachment o governo
petista só tem um caminho: acalmar os ânimos da oposição, se harmonizar com a
própria base e ser mais eloquente com setores que precisam de atenção, além de
ouvir atentamente as vozes das ruas, pois não basta só satisfazer os anseios
dos partidos políticos e os desejos da elite, afinal vivemos numa suposta
democracia e TODOS SEM EXCEÇÃO PRECISAM
SER OUVIDOS.
By Waldir José
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