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domingo, 7 de dezembro de 2014

MAIS UMA VEZ

Aos 66 anos de idade a mineira e economista Dilma Roussef está de volta ao lar, parece que gostou do Palácio do Planalto. Oriunda de uma família de classe média alta uma realidade bem diferente do seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva que nasceu na pobreza mas que a ajudou a chegar ao poder mediante uma espetacular ironia do destino, Dilma vai enfrentar uma árdua missão, terá que governar acompanhada por ferrenha e ressentida oposição além de ter pela frente imensos desafios que precisam ser superados para que o país volte a ganhar fôlego rumo ao crescimento.

A reeleição da intransigente Dilma que visivelmente traz em sua personalidade acentuada tendência ao autoritarismo, o que talvez seja resquício da ditadura militar, terá que ser trabalhada. Sua equipe sabe disso. Ela sabe disso. Por isso o descontentamento até da sua base aliada, por isso a sua proposta de diálogo com os demais. A acirrada disputa pela presidência mostrou claramente a obstinência de uma ex-seringueira, um inusitado desastre aéreo, o desgaste do atual governo e o discurso anêmico do PSDB, o oligárquico partido que precisa se reinventar, que não emplacou na figura de Aécio Neves. Mostrou-nos também um projeto assistencialista que adula os menos favorecidos gerando um dinâmico e bem articulado curral eleitoral que por si só extraem votos de cabresto, capaz de mudar os rumos de um processo eleitoral, capaz de fazer sorrir a quem não tem esperança.

Por outro lado a volta da petista ao governo traz em seu bojo a aprovação da maioria dos brasileiros e indubitavelmente reflete a vontade popular. A exaustiva retórica oposicionista que tenta difamar os eleitores indecisos e aqueles que legitimaram democraticamente o continuísmo político administrativo não se sustenta. E por que digo isto? Porque de fato o Brasil avançou em alguns pontos e o poder aquisitivo de muitos ganhou força nos últimos anos. Milhares de pessoas saíram da linha da pobreza extrema, do desemprego. Viraram potenciais consumidores e ganharam uma linha de crédito próprio. Outros andaram de avião pela primeira vez, adquiriram bens de consumo e serviços, compraram ou construíram a casa própria, entraram na faculdade, enfim resgataram a autoestima. Tais acontecimentos tornaram-se reais inegavelmente nos 12 anos de ascensão do Partido dos Trabalhadores e isso deslumbrou o país, alavancou a economia. Obviamente houve exageros, equívocos, erros. Hoje o cenário é outro. A forte retração econômica, endividamento público e privado o que compromete drasticamente o setor produtivo, gerando inflação, desemprego e instabilidade social.

O “coração valente” de Dilma que enfrentou o descalabro dos anos de chumbo não se abate, não para. Agora é hora de arrumar a casa e fazer política de verdade. Cabe também a oposição sair da linha de ataque e apresentar projetos viáveis para o desenvolvimento do Brasil. Há necessidade que acabe esse jogo de gato e rato pelo poder. Há necessidade de combate implacável a corrupção, de se implementar políticas públicas sérias, buscando reformas objetivas visando melhorias coletiva, visando o bem comum. Há necessidade de moralizar o país.


Governo e governados, situação e oposição vão para o embate mais uma vez. Para mais uma tentativa de mudança. O objetivo é claro, sanar conflitos e resolver problemas. É hora de sacudir as sandálias e caminhar em direção a um novo horizonte. A luta vai ser boa, torço para que o povo não apanhe tanto.

Waldir José 

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