Aos 66 anos de idade a mineira e
economista Dilma Roussef está de volta ao lar, parece que gostou do Palácio do
Planalto. Oriunda de uma família de classe média alta uma realidade bem
diferente do seu antecessor Luiz Inácio Lula da Silva que nasceu na pobreza mas
que a ajudou a chegar ao poder mediante uma espetacular ironia do destino,
Dilma vai enfrentar uma árdua missão, terá que governar acompanhada por
ferrenha e ressentida oposição além de ter pela frente imensos desafios que
precisam ser superados para que o país volte a ganhar fôlego rumo ao
crescimento.
A reeleição da intransigente
Dilma que visivelmente traz em sua personalidade acentuada tendência ao
autoritarismo, o que talvez seja resquício da ditadura militar, terá que ser
trabalhada. Sua equipe sabe disso. Ela sabe disso. Por isso o descontentamento
até da sua base aliada, por isso a sua proposta de diálogo com os demais. A
acirrada disputa pela presidência mostrou claramente a obstinência de uma
ex-seringueira, um inusitado desastre aéreo, o desgaste do atual governo e o
discurso anêmico do PSDB, o oligárquico partido que precisa se reinventar, que
não emplacou na figura de Aécio Neves. Mostrou-nos também um projeto
assistencialista que adula os menos favorecidos gerando um dinâmico e bem
articulado curral eleitoral que por si só extraem votos de cabresto, capaz de
mudar os rumos de um processo eleitoral, capaz de fazer sorrir a quem não tem
esperança.
Por outro
lado a volta da petista ao governo traz em seu bojo a aprovação da maioria dos
brasileiros e indubitavelmente reflete a vontade popular. A exaustiva retórica
oposicionista que tenta difamar os eleitores indecisos e aqueles que
legitimaram democraticamente o continuísmo político administrativo não se
sustenta. E por que digo isto? Porque de fato o Brasil avançou em alguns pontos
e o poder aquisitivo de muitos ganhou força nos últimos anos. Milhares de
pessoas saíram da linha da pobreza extrema, do desemprego. Viraram potenciais
consumidores e ganharam uma linha de crédito próprio. Outros andaram de avião
pela primeira vez, adquiriram bens de consumo e serviços, compraram ou
construíram a casa própria, entraram na faculdade, enfim resgataram a
autoestima. Tais acontecimentos tornaram-se reais inegavelmente nos 12 anos de
ascensão do Partido dos Trabalhadores e isso deslumbrou o país, alavancou a economia.
Obviamente houve exageros, equívocos, erros. Hoje o cenário é outro. A forte
retração econômica, endividamento público e privado o que compromete
drasticamente o setor produtivo, gerando inflação, desemprego e instabilidade
social.
O “coração valente” de Dilma que
enfrentou o descalabro dos anos de chumbo não se abate, não para. Agora é hora
de arrumar a casa e fazer política de verdade. Cabe também a oposição sair da
linha de ataque e apresentar projetos viáveis para o desenvolvimento do Brasil.
Há necessidade que acabe esse jogo de gato e rato pelo poder. Há necessidade de
combate implacável a corrupção, de se implementar políticas públicas sérias,
buscando reformas objetivas visando melhorias coletiva, visando o bem comum. Há
necessidade de moralizar o país.
Governo e governados, situação e oposição vão para
o embate mais uma vez. Para mais uma tentativa de mudança. O objetivo é claro,
sanar conflitos e resolver problemas. É hora de sacudir as sandálias e caminhar
em direção a um novo horizonte. A luta vai ser boa, torço para que o povo não
apanhe tanto.
Waldir José
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