O preconceito
vem sendo discutido ao redor do mundo de maneira clara e objetiva o que tem
causado muita polêmica dando origem a vários projetos de lei, sendo explorado
pela mídia sensacionalista, aplaudido por ultraconservadores simpáticos ao
autoritarismo e execrado por pessoas mais libertárias, dotadas de pensamento
progressista. O assunto é moda em todo tipo de mídia e, óbvio nas redes sociais
as quais de fato tem sido a grande e moderna voz do povo.
A espécie
humana carrega dentro de si uma fagulha de preconceito e isso de certo modo
proporciona a existência de uma sociedade inflamada, separatista, excludente,
assimétrica e pouco comprometida com os valores e direitos humanos. Junte-se
isso a cultura de determinados países que equivocadamente ainda discriminam as
pessoas baseando-se em argumentos jurídicos, políticos, religiosos e históricos
terrivelmente ultrapassados e distantes da realidade contemporânea, não
afinizando-se com a expansão do complexo e dinâmico século XXI, regido por
aspirações democráticas, ancorado pela alta tecnologia e pesquisas científicas.
Este tipo jurássico de comportamento trucida o legítimo direito a vida e a
liberdade de escolha. Chega a ser incrível mas em diversos lugares do globo
terrestre ainda sobrevive a escravidão física e psicológica oriunda
principalmente do preconceito de classe, um absurdo inconcebível porém
pertinente e quase inviolável.
A olho nu
vemos e sentimos o preconceito, assim, como percebemos a maioria dos males
sociais que ele provoca e que estão cada vez mais explícitos. O preconceito
social que ultrapassa todos os limites de tolerância é a raiz de todos os
demais afligindo a identidade humana em toda sua forma de sentimento e
expressão. Num ambiente cada vez mais elitista, consumista de inquestionável
viés econômico, a posição que o indivíduo ocupa na sociedade serve como
parâmetro para preconceituá-lo ou não manipulando inclusive seus direitos
perante a constituição afetando integralmente sua relação com os demais
contribuindo ainda para fragilizar seu universo interior, gerando conflitos que
criam resultados drásticos de características psicossomáticas.
Pessoas ou
grupos vítimas de preconceito tendem a se isolar e buscar refúgio na solidão
tornando-se menos produtivas no trabalho e em suas atividades diárias, formando
com outros considerados “iguais” um círculo social tímido achincalhado e
privado de uma convivência sadia, digna e humana. Todavia, esta tosca realidade
vem mudando e o preconceito tem encontrado resistência dos preconceituados que
ganham cada vez mais espaço na esfera jurídica garantindo dessa forma seus
direitos na vida cotidiana.
Sinceramente
acredito que o preconceito é utilizado com a asquerosa intenção de diminuir as
pessoas uma vez que quem assim se procede tenta impor-se sobre os demais como
se estivesse acima do bem e do mal, considerando-se um ser perfeito. Uma
estúpida forma de se ver a vida que cai por terra ante uma análise de
consciência sincera e profunda onde se é possível detectar falhas íntimas ainda
não reveladas e oculta por uma falsa personalidade deixando claro que todos nós
temos defeitos, e portanto, não somos melhores que ninguém nem diferente dos
demais. A verdade é que nós seres humanos temos sim mania de grandeza, salvo
raríssimas exceções. E cá pra nós isso é feio demais.
Waldir José
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