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quarta-feira, 26 de abril de 2017

PEGANDO FOGO

O sistema político brasileiro passa por uma cirurgia de grandes proporções.  Todo o seu corpo está anestesiado e os “médicos” perplexos pela extensão e gravidade da doença. O resultado de uma política faminta por dinheiro e vantagens a qualquer custo fez adoecer o sonho de um país menos desumano e com mais equilíbrio social, com isso adoecemos coletivamente e agora precisamos agir e vibrar positivo em todos os sentidos para que possamos renascer das cinzas.

                A regeneração desse descompasso é responsabilidade de todos nós porque de uma certa forma contribuímos para tudo isso. Se o Brasil está pegando fogo temos o dever de apagar as chamas, temos a obrigação de erguer a cabeça com intuito de mudar o complexo momento, criando perspectivas saudáveis para o hoje e o amanhã, sanando os problemas do ontem, aprendendo com os erros do passado, frutos amargos da nossa imaturidade. Devemos buscar e mentalizar dias melhores, com fé, otimismo, trabalho e menos critica. Não podemos acobertar os atos ilícitos praticados, é bem verdade, contudo temos a necessidade de avaliar nossos comportamentos olhando sinceramente para nossas ações se não quisermos cair em permanente frustação. Não podemos ser do mal ostentando aparentemente o bem pois isso constitui uma poderosa armadilha que nos aprisionará num futuro não muito distante o qual pode nos trazer um ar trágico e infeliz.

                O descalabro que estamos vivendo traduz a mesquinhez da nossa espécie. Reflete o caótico estado de falência moral a que estamos submetidos. As negociatas que utilizam a corrupção revelam a princípio os pensamentos desconexos que permeiam os governantes e daqueles que com eles mantém uma relação mais amistosa, os quais deveriam zelar pela ordem social, honrando a República e seus cidadãos. Por isso devemos redobrar nossa atenção se não quisermos ser cúmplices de toda essa barbárie, pois ninguém faz nada sozinho, somos humanamente gregários.

                Democraticamente contemplamos agora o desdobramento de uma velha República, composta por hábitos escusos, vestida por um pseudo manto democrático. Citar nomes é algo muito vulgar, irrelevante. No momento apontar os outros equivale a condenar a nós mesmos. Somos em última análise os patrocinadores dessa imensa sabotagem. Somos incompetentes para julgar uma vez que traímos constantemente nossas posições. Assim como aos que acusamos costumamos agir de acordo com nossas conveniências. Pensamos antes em nós e depois nos outros. Para nós colecionamos tudo de bom e aos demais costumamos oferecer os resíduos, as migalhas para uma existência sem sentido. Na pretensão tola de sermos superiores, condenamos ou outros a inferioridade. Então o que podemos falar dos nossos semelhantes? Creio que nada. Podemos apenas nos orientar para que possamos ser exemplo e não meros expectadores das virtudes. A sabedoria implica humildade, silêncio e ações de amor.


                Que a justiça seja feita. Que o bem nos conduza. Que o Brasil cresça e se desenvolva, ganhando saúde política e promovendo o bem estar ao seu povo.

By Waldir José

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