Estranho é a justificação do
inexplicável, a solidão que não machuca, a inversão de valores. Estranho foi o
tombo do World Trade Center, o crime que domina as favelas, a corrupção dos
nobres, a falta de educação. A luz que ofusca, o ar que asfixia.
Estranho
é o algoz que não crucifica, a quietude que incomoda, o silêncio que grita.
Estranho não é o passado, o presente, o futuro mas a mesmice que se multiplica.
Estranho não é o abandono mas a forma como ele acontece. Estranho é a chegada
que parece partida, o abraço superficial, o beijo de Judas.
Estamos
a caminho, estamos evoluindo embora não pareça, contudo estamos evoluindo em
qual direção? Reclamamos que os amores de ontem não são os de hoje, os sonhos
de outrora já não mais nos pertencem. Dizemos que a vitalidade da juventude com
o tempo transforma-se em sagradas experiências, todavia não vemos que os
atalhos aparentemente fáceis esfacelam nossa persistência, nossa disciplina.
Somos estranhos, não? Antes administrávamos problemas, crises. Hoje
administramos o caos. Evoluímos ou nos iludimos? Estranho.
Emergentes, profanos, midiáticos, virtuais, perigosos, imediatistas, religiosos, medievais e insensíveis. Somos humanos mas somos estranhos. A ciência pesquisa e realiza, cria teses, teoria, comprova e descarta fatos, entretanto não satisfaz nem as necessidades, nem os desejos e muito menos a ansiedade do homem. Gostamos de acumular, somatizar tudo.
Emergentes, profanos, midiáticos, virtuais, perigosos, imediatistas, religiosos, medievais e insensíveis. Somos humanos mas somos estranhos. A ciência pesquisa e realiza, cria teses, teoria, comprova e descarta fatos, entretanto não satisfaz nem as necessidades, nem os desejos e muito menos a ansiedade do homem. Gostamos de acumular, somatizar tudo.
Queremos sempre mais e sempre conseguimos mais. Temos
mais calor, mais frio, mais tempestades, mais terremotos, mais catástrofes,
mais vendavais, mais riqueza, mais pobreza, mais intelectualidade, mais
ignorância, mais orgulho, mais egoísmo. Nossas ações são potentes,
devastadoras. Temos muita inteligência e muita insensatez, muita filantropia,
muita violência. Somos retardatários na forma de agir e isso encabula-nos.
Quanto mais saúde buscamos mais encontramos a doença, quanto mais adquirimos
bens materiais mais eles fogem por entre nossas mãos sem percebermos. Quanto
mais amor queremos menos amor encontramos, menos amor distribuímos. Quanto mais
juntamos mais perdemos. Perdemos tempo, perdemos vida, perdemos sabedoria.
Queremos sempre chamar a atenção, ser o centro, o foco. Pobres de nós ainda
pequenos, medíocres, ridículos. Rebeldes aprendizes na linha do tempo.
Estranho
é a nossa forma de ser, pensar, querer. Estranho é o nosso próprio
desconhecimento, a totalidade da nossa ganância e a cegueira que oculta nosso
tesouro íntimo, pois somos sim em última análise estranhamente especiais.
Estranho são as alterações climáticas, o mar de lama de Mariana, a fogueira santa dos universais, os sinais que ignoramos, a fé que não temos ou perdemos, o refúgio que não buscamos a cura que rejeitamos. Estranho é a frieza dos nossos julgamentos torpes e o sorriso dos psicopatas.
Estranho são as alterações climáticas, o mar de lama de Mariana, a fogueira santa dos universais, os sinais que ignoramos, a fé que não temos ou perdemos, o refúgio que não buscamos a cura que rejeitamos. Estranho é a frieza dos nossos julgamentos torpes e o sorriso dos psicopatas.
Estranho é a tão falada
democracia brasileira, o hospital que assassina, o mar arrastando ciclovia, o
roubo dos políticos. Estranho é um mosquito assombrando as pessoas, as
tragédias das balas perdidas, o poder do materialismo, o mal estar mundial.
Estranho é a sofisticação do mal, a pornografia infantil, o cúmulo da
escravidão, a miopia espiritual, o corporativismo da justiça.
Estranho
pode ser este texto, pode ser um pretexto, uma palavra mal colocada, uma
renúncia sem sentido, a síndrome da depressão, o escárnio da morte. Estranho
pode ser ainda algo sem sentido, a loucura do perdido, as lágrimas de um
bandido, a comida que envenena, um bilionário falido. Estranho é a fantasia
substituindo a realidade, um zumbido ao pé do ouvido. ESTRANHO É O NOVO
ACONTECENDO AGORA.
By Waldir José
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