Recentemente uma imensidão de pessoas foi às ruas pedir o fim do
governo petista e da corrupção generalizada que se apoderou da república
ferindo a Constituição Brasileira, a Carta Magna da Nação. Vestidos de verde e
amarelo os manifestantes gritavam palavras de ordem em meio a um certo ar de
decepção e abatimento nacional que tem minado o ânimo do povo lançando-o num
território árido e emocionalmente estressante.
Em contra partida no extremo da
questão outro grupo de pessoas também foi as ruas defender as ações e
legitimidade do atual governo alçado ao poder por expressivo voto popular,
alertando as autoridades competentes sobre um possível golpe político que
estaria em profundo andamento nos bastidores da oposição com amplo apoio das
elites e da grande mídia sendo esta última um conglomerado jornalístico que
apoiado nos pilares democráticos não informa com precisão e imparcialidade mas
sim, manipula a realidade dos fatos e a opinião das pessoas de acordo com os
seus interesses.
Num ambiente
democrático deve prevalecer a liberdade de expressão, o respeito às
diversidades, o princípio da tolerância e preservação das instituições. Isso
significa basicamente a manutenção dos direitos humanos alicerçados numa forma
de vida longe das opressoras algemas de um regime totalitário, contudo,
democracia não é sinônimo de anarquia social e não deve em hipótese alguma ser
confundida ou aliar-se com um sistema de governo autocrático, baseado num viés
administrativo onde haja predominância de características centralizadoras, pois
isso não faz parte da essência democrática e costuma atrair e consolidar graves
problemas políticos semelhantes aos que vivemos agora. Democracia plena exige
retidão de caráter, amadurecimento e comprometimento de todos os envolvidos e
isso não equivale a criação de debates vazios de conteúdo e muito menos a
disputa de poder pelo poder o que gera conflitos interpessoais de proporções
gigantescas tendo como base de discussão tão somente frívolas ideologias
partidárias.
O processo democrático
não acontece a curto prazo, demanda tempo e este tempo pode durar séculos. Está
sujeito a grandes transformações e múltiplos ajustes, caminha de acordo com a
evolução da consciência humana e por isso mesmo é simultaneamente complexo e
necessário. Sua implementação deve ser contínua, sempre visando o bem estar
coletivo e o funcionamento eficaz de sua ordenança jurídica, evitando-se assim
conluios de qualquer natureza. Democracia nos remete a ideia de equilíbrio
social, nos faz pensar com empatia, com responsabilidade, com altruísmo. Não se
faz democracia com sentimentos mafiosos, divorciados da aplicação de princípios
éticos e humanitários.
O mundo clama por
justiça social, por paz, por dias melhores. O mundo clama por uma atmosfera
saudável, por um estado mais propício a nossa espécie. O Brasil clama por seriedade,
por desenvolvimento, pelo fim da corrupção. A derrocada de um governo não
garante o fim das mazelas sociais muito pelo contrário pode ser o começo ou a
manutenção de muitas delas. Os políticos precisam aprender a governar com
serenidade e propósitos nobres. Cada um de nós precisa se reinventar e ter
nobreza nas atitudes, de outra forma seremos todos iguais e colheremos sempre
os mesmos resultados mesmo que amando a democracia.
Devemos lutar contra este
mar de corrupção mas devemos ressaltar paralelamente o valor da honestidade.
Devemos lutar para sermos melhores a cada dia, mesmo num processo democrático,
mesmo indo as ruas para pressionar e questionar toda forma de desmando. Devemos
ter em mente que somos um conjunto de individualidades mas que individualmente
somos um só e como tal responsável por nossas próprias ações.
Democracia equivale a
tomadas de decisões, equivale a bom senso, equivale a caráter, equivale a
justiça, equivale a ética. Fora isso teremos uma pseudo democracia, fruto de
uma permanente chantagem política. Seremos presos com sensação de liberdade,
seremos atores sociais de uma grande mentira.
By Waldir José
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