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segunda-feira, 28 de outubro de 2013

PRIMEIRO PLANO

      Fala-se muito hoje em dia na decadência moral das pessoas, na ineficiência das políticas públicas, nas perversas inclinações e irregularidades no universo corporativo, nos equívocos e fanatismos aplicados pelas religiões, resumindo: fala-se no caos. Mas nem tudo está perdido e o que é mais importante o perdido pode ser encontrado.
     Durante décadas ouvimos falar e falamos sobre as inúmeras ondas negativas que invadem a sociedade e os seus principais reflexos em nosso dia a dia. Nesse ínterim, culpamos a tudo e a todos como se isso fosse a nossa missão, entretanto, esquecemos um detalhe importante, não olhamos para nós mesmos e o tempo todo nos consideramos vítimas de toda e qualquer manifestação alheia, isso significa que sempre encontramos ou vamos encontrar um culpado pelos nossos insucessos, frustrações e fracassos.      
     A personalidade humana desenvolve-se ancorada em diversos fatores e o ambiente externo de cada indivíduo exerce forte influência na sua maneira de ver, sentir e perceber o mundo que o cerca. Simultaneamente este mesmo indivíduo é responsável pelo o que lhe acontece e ao sair da fase infantil leva consigo as impressões da infância e do conjunto familiar com o qual se relacionou ou deixou de se relacionar. Todavia, os passos iniciais de um ser humano são fundamentais na sua formação futura e por isso a família ganha destaque e importância ímpar no cenário existencial, na excelência do gênero humano.
      Estrutura de toda e qualquer sociedade a família lamentavelmente diluiu-se. Se perdeu nos labirintos do progresso que obriga constantemente as pessoas se adequarem a novas regras que compõem o mundo moderno regido pelo dinheiro e a alta tecnologia. A necessidade e a luta pela sobrevivência, além do medo que nos ronda da pobreza extrema (miséria), obriga-nos a uma busca incessante e estressante pelo básico, pelo indispensável. 
       No outro extremo da situação, a histórica elite dona do capital, detentora de um perfil perdulário, burocrático, egocêntrico e centralizador, continua exercendo domínio dentro do contexto social que cria e recria ao sabor dos seus interesses e necessidades, comprando o hemisfério jurídico com o intuito de viver à sombra da ilegalidade o que lhe gera diversos tipos de lucros e uma esfera incondicional de prestígio, exigindo o cumprimento de suas vontades e caprichos, implantando também suas implacáveis diretrizes e suas leis, distribuindo os resíduos do seu grande ganho econômico e poder de decisão a todos aqueles que tem como único bem negociável a força de trabalho e vivem atolados no grotesco e negro mercado da subsistência, pagando altos tributos, sustentando de forma desumana o apogeu dos poderosos.
      A questão da sobrevivência não é a única causa da desagregação familiar. O alto índice de pornografia pública, os preceitos atuais que ditam uma liberdade rebelde, indisciplinada, carente de respeito por si e pelo próximo, o aumento contínuo da violência e a corrupção promovida e mantida por nossas instituições com aquiescência das autoridades amparadas pelo Estado, levou a falência do caráter familiar expondo uma sociedade a revelia dos bons costumes, do senso crítico e ético. Tudo de uma hora para outra passou a ser permitido em nome de uma pseudo democracia e de um discurso enlatado e demagogo sobre direitos humanos, criando um sistema de vida cada vez mais desequilibrado e nevrálgico, comprometendo psicologicamente a humanidade.
      A família é importante pois quando formada com ética, responsabilidade e noção de respeito, faz circular entre seus membros um clima de solidariedade, cooperação, harmonia. Desse modo a criança nasce, cresce e passa a conviver num espaço civilizado, com afeto, proteção com limite, porém, aprendendo a se preparar para viver a vida embasada por valores que contam, disseminando os mesmo no convívio coletivo, com plena consciência do certo e do errado, do que pode e o que não pode ser feito, tendo clara percepção dos seus direitos e dos seus deveres.
    Em linhas gerais a família é o primeiro plano na vida de uma pessoa emocionalmente saudável e consciente de suas obrigações, consciente do lugar que deve e precisa ocupar no mundo. O momento é vulnerável a família precisa com urgência de ser resgatada do abismo social em que se encontra.

Waldir José

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