Tradutor

Read more: http://www.layoutparablog.com/search/label/Tradutores#ixzz1XuDxeCC1 Under Creative Commons License: Attribution

sábado, 9 de janeiro de 2016

A CRISE

Estamos vivendo num mundo cada vez mais cercado por conflitos e momentos de incertezas, numa vulnerabilidade do tempo marcado pelas incongruências dos fatos, pela frieza humana, pela ascensão do mal.  Parece que a cada dia surgem elementos enigmáticos que desmontam as tentativas de redenção do mundo e consequentemente da terra, a impressão que temos é que cada vez mais caminhamos em direção ao abismo da nossa própria existência.

       A palavra crise traz em si a essência do desconforto humano, produz ruídos insuportáveis, altera a sensibilidade, gerando males psicossomáticos, cria um grande mal estar que nos leva a sentimentos insanos, desconectados de uma esfera comportamental mais condizente com a nossa espécie. Deixando-nos mais propensos ao negativismo e a depressão. A crise cria em nós um plano de visão distorcido em relação a posição que deveríamos ocupar, distanciando-nos de possibilidades saudáveis, capaz de nos libertar do comodismo, da nossa imensa e grotesca falta de iniciativa aos valores que contam.



            A vida terrena ganha os contornos que concebemos e racionaliza-se através da nossa presença. Somos nós humanos que temos autonomia de inventar, modelar e transformar aquilo que nos incomoda ou que nos fere. Somos os realizadores do progresso, do sentido que precisamos imprimir ao mundo. Não podemos e não devemos em hipótese alguma nos calar ou ficarmos indiferentes ante aquilo que precisa ser feito. Somos os principais agentes da transformação planetária e autores da transição íntima que o momento nos exige. Precisamos nos conscientizar da importância do processo evolutivo ao qual estamos submetidos. Temos a obrigação de praticarmos o bem para não cairmos nas armadilhas humanas, na crise do mal. Precisamos desenvolver o nosso potencial de solidariedade e respeito mútuo senão quisermos sucumbir ante a crise do preconceito, da violência, dos negócios desonestos amparados pelas chagas da corrupção, pela insanidade dos atos impróprios, indecentes, criminosos. Precisamos erguer projetos alternativos para que possamos extirpar a crise de identidade que nos sufoca e asfixia nossos sonhos.

            Vivemos tempos difíceis no íntimo do nosso ser, estamos em crise convulsiva, cheios de prepotência, orgulho e egoísmo o que nos torna seres ansiosos, psicologicamente abatidos, insensíveis e profundamente enfermos. A crise tão alardeada é criada no ninho da nossa teimosia, acalentada pela nossa fatídica ignorância sobre nós mesmos, sobre os propósitos da nossa existência.


            A crise somos nós em ação, desprovidos de ética e transparência moral, carentes de uma consciência plena, robusta em bom senso. Somos a crise em potencial pois estamos desprotegidos de amor em tempos de alta tecnologia e exacerbado materialismo. A crise não é externa, não está lá fora, engana-se quem assim pensa. A crise é uma ilusão mental que sabota nossos pensamentos. A crise que estamos vendo e sentindo propriamente não existe, é antes de tudo um engodo, um alarme falso. A crise é uma desculpa que nós mesmos criamos para tentarmos explicar ou esconder nossos deslizes e perversidades. É uma criação nossa, nefasta e covarde, periférica e tacanha. É produto dos nossos contínuos desvarios, a soma da nossa inconsciência, o efeito crítico do perdão que não concedemos aos outros e nem a nós mesmos. A crise é um processo coletivo. A crise somos nós aqui dentro.

By Waldir José

0 comentários:

Postar um comentário