O gigante
norte-americano Wal Mart sempre foi conhecido por ser um dos principais
varejistas do mundo e por estar focado na eficiência da sua operação,
crescimento e lucro. Tendo como principal diferencial a estratégia de preço
baixo, até pouco tempo aparentava não se preocupar com mais nada além disso.
Não demostrava nenhuma preocupação com a sociedade ou o meio ambiente e, assim,
não dava motivos para ser considerada extremamente diferenciada de sua
concorrência.
Porém, com
o passar dos anos ficou evidente para os líderes do Wal Mart que a situação
deveria mudar se a empresa desejasse se manter no topo do seu ramo de atuação.
Afinal, depois de fazer algumas pesquisas com clientes e ex-clientes, a
companhia descobriu que uma boa parcela de consumidores deixava de comprar lá
por causa de certas “atitudes” (ou falta delas).
Assim, em
2005, o Wal Mart desenvolveu um plano de sustentabilidade que o tornou um pouco
mais verde e de quebra mais inovador, pois aproveitou a onda para repensar
também tudo o que se refere à inovação dentro da organização.
Na prática
De lá para
cá, três grandes metas foram estabelecidas:
● Não desperdiçar nada em toda a cadeia de produção e vendas;
● Vender produtos que mantenham os recursos próprios e o meio ambiente.
Para
conseguir isso, o Wal Mart fechou parcerias com fornecedores dos mais
diferentes segmentos que puderam contribuir para que os objetivos fossem
alcançados.
Para a
primeira meta, a organização buscou combustíveis alternativos, revisou suas
estratégias de logística para alterar procedimentos que não contemplassem a
preocupação com a energia renovável e encontrou parceiros nas áreas de design,
energia, construção e manutenção que também têm essa mesma preocupação.
Para
alcançar o segundo objetivo, o Wal Mart repensou a forma como embala o que
vende e repensou seus departamentos de operações e aquisições.
E para ver
a terceira meta se tornando realidade trocou fornecedores em diversos segmentos
nos quais trabalha procurando sempre optar por aqueles que oferecem produtos
sustentáveis.
A ideia
Este
exemplo de uma empresa de grande porte mostra que é possível mudar
comportamentos “tradicionais” e passar a se preocupar mais com a inovação e a
sustentabilidade dentro de uma organização. O importante é, antes de mais nada,
entender que não basta simplesmente inovar ou se preocupar com a
sustentabilidade. É preciso levar os dois conceitos juntos.
Como
afirmou a publicitária Christina Carvalho Pinto no 1º Debate de Sustentabilidade HSM , que aconteceu em meados do ano passado, é preciso haver um
equilíbrio entre o poder masculino e o poder feminino, Yin e Yang. “Inovação é
Yin e ação é Yang. Elas se complementam. Tudo ficou muito Yang e precisamos
resgatar o poder feminino, nos permitir acolher e fertilizar as ideias”.
Não separe
o que deve estar unido. Lembre-se disso e faça da inovação e da
sustentabilidade dois pilares fundamentais para o sucesso da sua organização.
Dicas práticas
●
Identifique quais são os problemas na sua cadeia de produção no que diz
respeito à sustentabilidade;
● Debata com seus colaboradores possíveis soluções para esses problemas;
● Encontre fornecedores que tenham as mesmas preocupações que você;
● Estabeleça metas que, ao cumpridas, farão a sua empresa mais sustentável e inovadora;
● Incentive seus colaboradores a compartilharem ideias que podem tornar sua empresa ainda mais sustentável – e, porque não, inovadora;
● Esteja sempre atento ao que seus concorrentes ou até mesmo empresas de outros segmentos estão fazendo para se tornar mais sustentáveis e procure aprender com elas;
● Lembre-se sempre dos motivos que o levaram a começar essa mudança. Assim, não vai ser uma dificuldade qualquer que vai fazê-lo desistir.
Com isso
em mente é começar a agir. Os resultados desse trabalho serão evidentes. Sua
empresa se tornará uma organização melhor e com isso até mesmo os resultados
financeiros melhorarão. Não custa tentar, não é mesmo?
Nota:
A adoção desta estratégia do Wal
Mart, apesar de não ter sido mencionada na matéria acima, ajuda principalmente
a fomentar a sustentabilidade das associações e cooperativas de
reciclagem uma vez que o "greenwash" funciona também para introduzir
nos seus stakeholders a preocupação
com o meio ambiente e os mobiliza à prática da separação do lixo e entrega para
coleta seletiva, cujo destino final são os galpões de reciclagem destas
associações e cooperativas.
O resultado disso, nem precisa dizer: o meio
ambiente e as famílias que vivem desta fonte de renda agradecem.
By Renata Pio
“O desafio é inovar os modelos de negócios e
aplicá-los para produzir os resultados sociais desejados com economia e
eficiência. Podemos criar uma alternativa poderosa: um setor privado movido
pela consciência social, criado por empreendedores sociais".
Muhammad Yunus
Ganhador do Prêmio Nobel da Paz
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