Sem amor, paz e respeito pela própria vida,
o ser humano avança em direção ao caos.
Waldir José
A humanidade caminha para o caos. Isso não é uma visão limitada e pessimista e sim, um olhar realista a partir de uma aguçada percepção dos fatos que acontecem cotidianamente e constroem os momentos do mundo atual, onde a dor vem massacrando a alegria e o vazio do homem não consegue ser preenchido, parece não ter fim.
Há um diversificado parque de diversões erguido no centro do universo físico, de proporção gigantesca, como intuito de estimular a ilusão na qual estamos mergulhados dos pés a cabeça. Coberto de tecnologia e brinquedos mirabolantes, conectados permanentemente com o egocentrismo do pensamento coletivo. Este parque, gera imagens distorcidas da verdade que causam estrabismo mental extraindo das pessoas a espera intuitiva, entorpecendo-as com falsas impressões, levando-as ao penhasco que estimula as atitudes incoerentes com o real percurso da vida, infiltrando-as no onírico mundo onde habita as enfermidades psicológicas que dependendo da intensidade, podem levá-las aos desvarios comportamentais.
Fala-se muito em paz, amor e respeito, porém o que se presencia é o temos da violência, o crescimento do ódio, o desamor generalizado. Isso ocorre porque o indivíduo não busca valores espirituais, e sim, glórias no campo material. Está preso aos próprios interesses, visando o conforto subjetivo, o seu mundinho. Todavia, como não consegue ficar isolado porque faz parte de sua natureza viver em sociedade, interagindo-se com demais, seja por deleite ou por necessidade de comunicação, fica impossível manter o brilho do ego pisoteando ou outros onde uma multidão também pensa e age da mesma forma e o que é pior, usando dos meios disponíveis para alcançar seu objetivo, criando uma convivência de conflito, degenerativa. Com isso, o que deveria acontecer desaparece, ficando oculto pelo bárbaro cenário do mundo dos vivos, onde a hipocrisia e a mentira reinam na prática e a verdade se resume aos belos discursos teóricos e acadêmicos, fazendo surgir uma humanidade doente, depressiva, violenta, excludente, inconsciente do ponto de vista ético e moral.
O mal cresce assustadoramente porque são poucos os que procuram fazer o bem visando o próprio bem. A maioria dos humanos até querem fazer o bem, mas insistem em praticá-lo caso alcancem a satisfação pessoal, o status, o reconhecimento. São fiéis fervorosos do artifício da simulação, onde mais uma vez prevalece o egoísmo em detrimento da humanidade.
Só ressurgindo das trevas para viver na luz, que o homem moderno se livrará da asfixia dos nossos dias. Para isso, terá que equacionar um antigo problema, moralizar a consciência, transformando-se numa inexorável usina de paz e amor.
2 comentários:
Me assusto diariamente com a capacidade do ser humano em cavar sua própria cova, mas tenho fé de que o amor e a paz reine.Perfeito texto, parabéns!
É muito triste tudo isso
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